O médico judeu Taylor Nichols, que trabalha na linha de frente do combate à covid-19 nos Estados Unidos, relatou ter entubado um paciente com a doença que teria a suástica, principal símbolo nazista, tatuado no corpo. O relato foi compartilhado nas redes sociais e ao jornal The Washington Post.
Segundo ele, além da suástica, o homem também teria outras tatuagens que remetem a Adolf Hitler grafado no corpo. O caso aconteceu no fim de novembro e o nome do paciente não foi revelado.
De acordo com o relato, o paciente chegou ao hospital com falta de ar severa e precisava de suporte para respirar.
"Quando o colocamos na maca e tiramos sua camisa para colocar uma manta hospitalar, havia uma coisa em que todos nós reparamos: as tatuagens nazistas", conta. "A suástica aparecia fortemente em seu peito. Tatuagens da SS e outras insígnias nazistas corriam por seus braços", continua o relato.
A equipe que atendeu o paciente era composto por Nichols, que é judeu, uma enfermeira negra e e um terapeuta de origem asiática.
O médico admite que chegou a hesitar na hora de fazer o procedimento médico e salvar a vida do homem. "Eu agi conforme o plano com a enfermeira e o terapeuta respiratório. E eu pausei. Eu vi a tatuagem da SS e me perguntei o que ele pensaria sobre ter um médico judeu cuidando dele agora — e em quanto ele se importaria em salvar minha vida se trocássemos os papéis", disse. "E, pela primeira vez em minha carreira, eu reconheço que hesitei", contou.
Segundo o médico, após a entubação, ele não viu mais o paciente. "Ele me ensinou uma lição que agora compartilho com outros profissionais da saúde: esta pandemia está, simultaneamente, testando e fortalecendo nossa compaixão. Nós nos apoiamos para assegurar que poderemos dar a você nossos melhores cuidados. Nossas portas estarão sempre abertas, não importando quem você seja, para que você possa procurar tratamento quando precisar", finalizou o relato.
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