Brasil, um país grotesco. Por Luís Costa Pinto





Por Fernando Brito

Do jornalista Luís Costa Pinto, sobre o último episódio do circo do pão minguante:
O mundo começa a perceber, mais rapidamente do que eu previa, a profundidade do abismo em que nos meteram os eleitores de Bolsonaro.
 Até no futebol, e num torneio organizado regionalmente por uma entidade carcomida pela corrupção como a Conmebol, sobressai a proatividade do fanfarrão tosco que ocupa a Presidência brasileira.
Os argentinos estão repletos de razão: o jogo do Mineirão era uma disputa em campo alheio à política e há ritos e solenidades próprias às disputas esportivas.
Não cabia, ali, uma hiperexposição ególatra do asno-presidente. Ele foi vaiado pela maior parte dos presentes, mas como sempre faz, dobrou a aposta e decidiu descer ao gramado no intervalo.
Voltou a ser vaiado, contudo maquiou a derrota pessoal com a imagem de destemido. Na verdade, quando girou sobre a cabeça uma canga que imitava a bandeira brasileira parecia uma velha louca e em transe imolando-se no xale da pomba-gira.
Bolsonaro age de forma estudada e destinada a conservar o terço da população que o apoia com fanatismo. Outro terço o odeia com a força de todos os órgãos, neurônios e líquidos do corpo.
Integro esta parcela. Jair Bolsonaro, seus filhos, seus asseclas e seus puxa-sacos compõe que há de mais desprezível e obtuso nos seres humanos. Os restantes 40% dos eleitores brasileiros aptos a votar, que por atos e omissões nas eleições de 2018 deram a vitória a esse ser energúmeno, decidiram nos lançar no abismo em que ora nos encontramos e serão relevantes demais para nos resgatar dele.
Nem todos os eleitores desse personagem desqualificado são cretinos patológicos ou transitórios. Mas todos os cretinos patológicos e transitórios que conheço votaram nele.
Cabe-nos agora expor diariamente os constrangimentos, as contradições, a escalada rumo ao autoritarismo autocrático que ele está trilhando para evitarmos o prolongamento do desastre na vida brasileira.
Camaradas, sob o bolsonarismo viramos um país grotesco.





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