Leonardo Attuch
Preso há mais de 300 dias, num processo contestado por juristas do Brasil e do mundo, e que teve como consequência prática a definição do resultado eleitoral no Brasil, o ex-presidente Lula foi privado de um direito que não é negado nas democracias modernas nem aos mais perigosos assassinos: o de velar e enterrar um parente próximo. A operação montada para isso, que envolveu as figuras de sempre do Poder Judiciário, evidenciou aos olhos do mundo, a real condição de Lula: a de um preso político, que não pode aparecer, falar ou ser fotografado. Se fosse possível, Lula já teria sido assassinado e exposto em praça pública, tal qual Tiradentes. Mas como vivemos num mundo supostamente civilizado, a ordem é eliminar qualquer vestígio de sua existência, na vã expectativa de que a memória do povo brasileiro seja também apagada.
Alvo de uma perseguição comparável apenas às que foram movidas contra grandes personagens da história, como o capitão Dreyfus, na França, Mahatma Gandhi, na Índia, Nelson Mandela, na África do Sul, e Pepe Mujica, no Uruguai, Lula tem respondido a todas as agressões que partem dessas nossas "instituições que funcionam" com absoluta serenidade. Sem ódio, mas sem nunca perder a dignidade, como demonstrou neste episódio mais recente, em que a proposta oferecida pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, consistia em levar o caixão de seu irmão Vavá a uma base militar, em que Lula poderia encontrar os parentes numa condição segura para o sistema – ou seja, sem imagens e registros de sua voz. Não, o povo brasileiro não pode saber que Lula está vivo. Esta é a mensagem.
Mas por que tanto medo? Lula está sendo silenciado porque representa a lembrança de um tempo em que o Brasil era respeitado no mundo e os brasileiros sentiam-se confiantes e felizes. É também silenciado pelo gigantesco contraste entre sua figura de luz e o aspecto soturno do bolsonarismo – um regime que exalta a morte, é acusado de ligação com milícias e propõe como saída para a insegurança pública que cada brasileiro tenha quatro armas de fogo. Se não bastasse, temos também um ministro que nega a educação superior como direito fundamental e uma ministra suspeita de sequestrar crianças indígenas. Mas é Lula, no entanto, quem está sequestrado.
O medo, porém, é desnecessário. Lula tem demonstrado, na prisão, que sua verdadeira revolução é a resistência pacífica, que o torna vencedor mesmo nos momentos de aparente derrota. Quando violentam as leis e agridem os direitos mais elementares de um cidadão – justamente aquele que é tido como o melhor presidente da história do Brasil – seus agressores apenas revelam ao mundo suas fraquezas, seu pânico e fazem Lula ainda mais forte – o que torna o Nobel da Paz quase inevitável. A se confirmar esse cenário, o que farão seus carrascos?
Postado em Brasil 247 em 01/02/2019
Clique nos links abaixo para ler :
Davos Annual Meeting 2007 - Luiz Inacio Lula da Silva ( Nota da Editora do blog : Lula discursa em Davos e dá entrevista coletiva se saindo brilhantemente, enquanto o Presidente Bolsonaro não conseguiu falar mais que 6 minutos, lendo algumas fichinhas, e fugiu da entrevista coletiva. O Brasil não merecia tamanho vexame. ) (vídeo)
Enquanto Lula sempre trabalhou por igualde de condições para ricos e pobres, o governo Bolsonaro trabalha contra o povo e a favor do rico ... Ler abaixo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário