Lelê Teles
Enganam-se os que acham que foi a globo que vestiu a globeleza.
Quem vestiu a globeleza foram as feministas.
Foi o grito das mulheres contra a objetificação do corpo feminino e contra a hipersexualização do corpo negro que calou o assanhamento dos machos brancos.
A globeleza nunca representou o carnaval, ela representava apenas o samba carioca bordelizado que nasceu nos tempos do sargentelli.
A mulata globeleza se saracoteando pelada, era o símbolo da exploração do corpo negro, da carne barata servida nos banquetes bacantes da casa grande desde a hora primeva.
Nua, a mulata globeleza evidenciava apenas a beleza negra que importa aos mercadores: peito, bunda e tapa sexo.
Ela não fala.
A globeleza, vestida, é uma vitória das pretas cansadas de serem virtualmente mucamizadas.
Postado em Brasil 247 em 10/01/2017
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