por Marcos Villas-Bôas
Como demonstrado em texto anterior[1] por referência a fatos irrefutáveis e a experimentos científicos consistentes, nós somos espíritos que continuam vivendo após a morte do corpo. Este texto tem o objetivo de tornar ainda mais fácil a aceitação científica desse fato da natureza pelos mais céticos.
Segundo os próprios espíritos ensinam[2] e conforme ficou constatado pela experiência empírica de milhares de médiuns especialmente a partir do século XIX, todos os seres humanos, salvo raras exceções, são dotados de alguma mediunidade, o que significa, a grosso modo, a capacidade de conexão com as dimensões espirituais.
A mediunidade pode se manifestar de inúmeras formas distintas. Pode ser ostensiva, envolvendo contatos físicos com as outras dimensões, como no caso de muitas milhares de pessoas que podem ver, ouvir e falar com as pessoas desencarnadas, ou ela pode ser não ostensiva, que significa, por exemplo, o contato mental existente no caso da mediunidade intuitiva.
Inúmeras pessoas têm intuições sobre o que vai acontecer, pré-ciências, como Chico Xavier teve várias que se concretizaram. Outras têm intuições a respeito do que devem pensar, fazer, escrever.
Inevitavelmente, todos estão ligados entre si (vide Teoria da Não Localidade), com os seres humanos desencarnados e com o próprio Planeta Terra por vibrações (vide Teoria da Gaia), por um canal energético. É por isso que muitos sentem as energias dos outros, como dores de cabeça quando estão perto de pessoas carregadas. É por isso também que vegetais, como plantas que murcham, reagem mal em ambientes de energia carregada.
Muitas das doenças ainda mal explicadas pela Medicina e pela Psicologia carecem de conhecimento espiritual. Falta de sono, mudanças de humor e outros sintomas podem, como já provado pela experiência comum de muitas milhares de pessoas, estar ligados a influências de espíritos.
É curioso como muitos reconhecem haver as chamadas “incorporações” de espíritos em pessoas, sobretudo as famosas no candomblé, mas querem ao mesmo tempo negar a existência de seres humanos em outras dimensões.
Todos conhecem pelo menos uma pessoa que “incorpora” ou vê espíritos, comentam sobre isso, acham interessante, mas, na hora de afirmarem que espíritos existem, eles negam.
Um dos problemas de admitir que espíritos existem é se submeter a forças maiores; saber que não podemos levar a nossa vida como queremos, simplesmente gozando dos nossos sentidos. Os espíritos bons aconselham que isso seja feito com equilíbrio e cuidado, para que possamos manter nossas vibrações num nível elevado.
É necessário se dedicar muito mais ao aperfeiçoamento intelectual e, sobretudo, moral. Acima de tudo, é necessário se dedicar à caridade. Aceitar, portanto, a existência de espíritos e suas lições significa ter que se entregar a uma certa abnegação, a um redirecionamento moral, e muitos parecem não estar ainda dispostos.
O avarento precisará aprender a dar do seu desnecessário e até parte do necessário, o vaidoso terá que olhar mais para o seu interior e dos outros, o egoísta deverá ser mais caridoso; etc. Reconhecer a existência de espíritos e, portanto, a autenticidade da sua doutrina amedronta aqueles que não querem mudar de vida, que querem insistir nos mesmos erros de agora.
A existência de espíritos é tema corriqueiro desde a Grécia Antiga. Sócrates e Platão, dois dos maiores médiuns da história humana, trataram bastante dele. Crê-se que eles eram médiuns, pois apenas um canal com outras dimensões permitiria que construíssem conhecimento tão avançado para a época e atual até hoje.
De fato, Platão e Xenofonte, os principais discípulos de Sócrates, diziam que ele tinha um “amigo invisível”, que eles chamam de deamon. Observe que o termo “demo” veio sendo associado bem depois a algo ruim, a demoníaco, mas, na Grécia Antiga, deamon ou dimon eram sinônimos de uma inteligência em outra dimensão, um espírito.
É difícil saber o que foi dito por Sócrates ou por Platão, pois não se conhece nada deixado escrito pelo primeiro. O que se conhece dele veio por meio dos seus discípulos. Platão, até para não correr o risco de ter que beber veneno como Sócrates, escrevia muito por meio de diálogos nos quais o protagonista era o seu próprio mestre.
As seguintes ideias, apresentadas em livros como Fédon e outros, estavam todas no pensamento de Sócrates e Platão, e são pilares dos ensinamentos transmitidos pelos espíritos: o homem é uma alma encarnada; ao desencarnar, ele vai para a erraticidade, para outras dimensões; é preciso olhar o mundo com os olhos do espírito mais do que do corpo; os apetites do corpo degeneram a alma; o desencarnado cuja alma está muito presa ao corpo sofre; as encarnações são períodos de aprimoramento; uma vez elevada suficientemente a alma, deixa-se de encarnar; etc.
Sócrates e Platão tinham como base ideias que estavam em discussão à época e foram influenciados por outros que lhe antecederam. Naquele momento, havia, por exemplo, os oráculos, possíveis manifestações espíritas, que levavam certas pessoas a preverem o futuro ou terem intuições do que se deveria fazer. Sócrates era um visitador frequente dos oráculos.
Não tinham acontecido, no entanto, a sucessão de manifestações ostensivas ocorridas em diversos países do mundo a partir do século XIX. Foi somente neste momento que se iniciou um real estudo empírico-comunicacional dos espíritos.
Os seres humanos se comunicam com os espíritos todos os dias. Vale a pena procurar um centro onde seja possível constatar essas comunicações. Após isso, para negar a existência dos espíritos, seria preciso questionar a existência de todos os seres vivos da Terra, pois são os mesmos sentidos de visão e audição que nos dão informações sobre essa realidade terrestre os que permitem uma comunicação ostensiva com espíritos por meio de médiuns.
Há teorias que vislumbram a possibilidade de a realidade a nossa volta ser uma criação das nossas mentes. Após se comunicar com espíritos, apenas é possível negar sua existência seguindo por um caminho como esse.
Se uma médium mulher começa a falar com voz masculina, sotaque completamente diferente, revelando conhecimento distinto daquele da médium, mostrando saber coisas que apenas nós mesmos sabíamos; faz ainda sentido negar que há ali ação de outra consciência, de um ser humano sem a estrutura de carne que estamos acostumados na Terra?
Um dos convencidos foi exatamente Allan Kardec, que não era um religioso, um espiritualista ou algo parecido, mas um acadêmico, homem da ciência, pesquisador sério, que, ao se deparar com os fenômenos espíritas da época, se viu obrigado a estudá-los e a escrever sobre eles. Aí surgiu a doutrina espírita.
O Espiritismo convence não porque é uma crença religiosa, mas, sobretudo, por ser um sistema de pensamento bastante racional, apesar de complexo. É um conjunto de noções sobre natureza, moral e outros temas que agregam ao conhecimento comum do ser humano, permitindo que, fazendo um bom uso dele, seja possível avançar enormemente no engrandecimento pessoal, na ascensão espiritual e, portanto, vibratória.
Nós somos o que vibramos. As ondas que atraímos são semelhantes àquelas que emitimos. Quanto mais alta e limpa a vibração, mais ondas do mesmo tipo iremos atrair.
Deste modo, ainda que alguns tenham no Espiritismo apenas uma crença; para os mais interessados, ele é um conjunto racional de informações em coerência com a ciência humana e testado por ela, pelas suas experiências.
A ideia de que a morte é o fim vem sendo transmitida pela Igreja Católica desde o Concílio de Trento V, o II de Constantinopla, ocorrido em 553 d.C. Até aí, a Igreja Católica defendia a reencarnação amplamente, até porque ela está muito clara na Bíblia.
Segundo a história conta, o concílio aconteceu por pressão do Imperador Justiniano e contra a vontade do Papa Virgílio. A negação da reencarnação pela Igreja Católica foi, então, uma decisão tomada por um conselho pressionado por um imperador que não aceitava a ideia de que todos os homens nascem iguais e têm várias vidas com características diferentes.
O imperador provavelmente tinha dificuldades de aceitar que ele pudesse ter sido ou viesse a ser um escravo em outra vida. Como a Igreja Católica foi determinante na moldura das crenças ocidentais, pode-se dizer que a reencarnação se tornou um tabu para muitos por um ato real mimado e, assim, acredita-se erradamente até hoje que a morte é o fim.
Somando esse fato a outros já comentados neste e no outro texto, à construção da imagem negativa dos espíritos por livros de ficção e pela televisão, encontra-se boa parte das razões pelas quais muitos não querem nem ouvir falar em reencarnação.
Além disso, especialmente a partir do século XIX, fortaleceu-se uma visão materialista do mundo, que, apesar de já estar hoje sepultada pela ciência, ainda vige no conhecimento comum. Em suma, é a ideia de que a realidade é aquilo materializado, que podemos identificar pelos nossos 5 sentidos: tato, visão, audição, paladar e olfato.
Como uma resposta ao longo período de submissão às ideias religiosas, a Idade Moderna se caracterizou em muitos momentos pela sua negação. Então, acreditar naquilo que é material, sólido, sensível aos 5 sentidos, era algo até esperado. Não se queria mais acreditar em fundamentos pautados em Deus ou anjos.
Na primeira década do século XIX, John Dalton já havia provado que a matéria não era sólida, mas composta de corpúsculos, de átomos, e havia espaços entre eles.
Chico Xavier, que sequer concluiu o ensino primário, escreveu (psicografou) em 1954 um prefácio assinado pelo espírito Emmanuel[3], no qual conta a história dessas evoluções, à época conhecidas apenas por uma pequena parcela de cientistas. Em 1959, psicografou, juntamente com Waldo Vieira, um livro inteiro assinado pelo espírito André Luiz, sobre diversas questões extremamente complexas da Física Quântica entrelaçadas com o mundo espiritual[4].
Sobre as psicografias feitas por Chico, vide estudo científico realizado por vários PhDs que comprovou empiricamente serem acuradas 98% das informações psicografadas por ele em 13 cartas[5].
William Crookes descobriu os raios catódicos por uma experiência realizada com o que ficou conhecido como o Tubo de Crookes, um tubo a vácuo com dois ou mais eletrodos. Quando uma alta voltagem era passada entre o cátodo e o ânodo, eles emitiam raios lineares, os raios catódicos, que são elétrons. Descobriu-se que matéria gera raios, energia.
Crookes, um cientista respeitado, passou também muito tempo estudando alguns médiuns e chegou à conclusão convicta de que eles podiam se comunicar com espíritos, seres em outra dimensão. Como quase sempre acontece, foi acusado de não enxergar bem, de louco etc.
Vieram muitos outros cientistas e desenvolveram um conhecimento em torno de raios, irradiações, energia. O século XVIII, que até então sequer desconhecia a energia elétrica e o magnetismo, viu o século XIX revelar um mundo completamente novo.
Em seguida, vieram os criadores da Física Quântica: Max Planck, Niels Bohr e Albert Einstein, que provaram por experimentos ser toda a matéria formada por corpúsculos e ondas. A matéria, na verdade, é também energia, e vice-versa.
Há, portanto, evidências sólidas de que nós, seres humanos, somos matéria e energia, que vibra em nosso corpo e, por isso, somos magnetizadores e transmissores de energia elétrica. Ficou provado que toda a matéria nasce, envelhece e morre irradiando-se. Quando ela morre, dissipa energia. Nós, seres humanos, quando nossa matéria corporal morre, dissipamos também uma energia quântica.
A ideia de que a consciência é algo a mais do que o corpo físico é antiga e se pauta em fatos. São muitos os casos de viagens astrais, por exemplo, nas quais a própria pessoa se vê fora do seu corpo e se comunica com outras encarnadas na mesma situação ou até com desencarnadas. Isso também vem sendo estudado pela ciência.
Se entendermos que a energia quântica vem ao corpo e, quando ele morre, vai para outro lugar, podemos concluir que existe uma consciência, inteligência que independe do corpo humano, que pode habitar talvez um corpo mais sutil, de outro tipo de matéria ainda não passível, em regra, de acesso pelos nossos 5 sentidos.
Isso é o que conclui o cientista Robert Lanza[6], nomeado pelo New York Times uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2014 e pela Prospect’s Magazine um dos 50 pensadores mais importantes do mundo em 2015.
Além de Lanza, diversos cientistas de Harvard, Cambridge, Princeton, Max Planck Institute e outros centros de excelência vêm admitindo que o homem pode ter uma alma, uma entidade quântica, uma extensão do modelo corpúsculo-onda do corpo humano[7], que ainda não é bem compreendida.
O psiquiatra Ian Stevenson escreveu centenas de textos sobre reencarnação, tendo estudado ao longo de 40 anos milhares de crianças que diziam lembrar de acontecimentos em vidas passadas. Ele demonstra no seu trabalho que a reencarnação é uma terceira explicação, além da hereditariedade e do ambiente, para como é formada a psique do indivíduo.
A visão materialista perdeu toda a sua base científica. A premissa de que tudo é matéria sólida, vigente até o início do século XIX, foi fulminada, assim como muitas outras visões humanas estão sendo e serão nos próximos anos.
A existência de espíritos é fato importante demais para que se brinque de negá-lo. Uma vez constatada, percebe-se que há centenas de livros escritos pelos próprios espíritos por meio de médiuns, o que significa haver à disposição de todos um conhecimento “privilegiado”, fornecido por quem está nas dimensões principais de vida, aquelas onde vivemos todos como seres imortais.
Entender que a vida não acaba com a morte, que Jesus, de fato, existiu encarnado e continua a existir desencarnado, entender o que ele quer de nós por meio dos seus espíritos de luz; tudo isso pode modificar completamente o nosso ser, o nosso pensar, o nosso existir. É algo relevante demais para se duvidar sem, primeiro, ir investigar as evidências teóricas e empíricas com vigor.
A fé religiosa é a crença em dogmas criados pelo próprio homem encarnado, imperfeito. A fé espírita busca se pautar na razão, em fatos naturais e em uma estrutura de conhecimento que, após estudada, soa bastante plausível. A doutrina espírita não quer agredir consciências, não exige que ninguém acredite nela. Adeptos de qualquer religião podem frequentar bons centros espíritas.
A fé que não se pauta em fatos e na razão pode se tornar cega e levar ao fanatismo. A própria incredulidade e o ceticismo exagerado em relação aos espíritos é o resultado de uma fé dogmática, pois aquele que escolhe em nada acreditar, também fez sua opção de fé, não sendo, ao contrário do que muitos pensam, superior simplesmente por não acreditar em nada que não seja material.
[1] http://jornalggn.com.br/noticia/espiritismo-sociedade-economia-e-politica-por-marcos-de-aguiar-villas-boas
[2] Vide item 159 e ss. do Livro dos Médiuns
[3] Ver livro Nos domínios da mediunidade
[5] http://www.febnet.org.br/blog/geral/noticias/veracidade-das-cartas-de-chico-xavier-sao-abordadas-em-pesquisa-cientifica/
[6] https://www.sott.net/article/271933-Scientists-claim-that-Quantum-Theory-proves-consciousness-moves-to-another-universe-at-death
Postado em Luis Nassif Online
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