Emília Freire
Pergunta fácil? Responda você…
Se o amor mora nos sonhos e devaneios, as vertigens podem ser intensas.
Se se aloja no desejo de sempre agradar e nunca decepcionar, já nasceu fadado a perder o desafio.
Se escolheu viver à sombra de outro amor, recolhendo sobras e raras oportunidades, viverá mendigando o mínimo para não perecer.
Se nenhuma outra alternativa lhe restou a não ser viver escondido, platônico, camuflado, então nem de amor poderá ser chamado, já que lhe falta coragem para assinar seu nome no coração de outro amor, temendo a rejeição que jamais saberá o poder que exerceu.
O amor não pode morar em locais sombrios. O amor não cabe em becos sem saída, em servidões que não levam a lugar algum. Um movimento em falso e já se perdeu o amor.
O amor precisa de claridade, de espaço, de muito ar, de perfume, de portas abertas, janelas escancaradas, caminhos e trilhas, curvas e ladeiras, uma cadeirinha de balanço na entrada.
O amor que mora dentro de corações corajosos, encontra facilmente as luzes para seguir caminho. Se uma porta lhe é fechada, ele segue adiante e não se detém tentando forçar passagem onde não é bem-vindo.
O amor generoso mora em vários lugares e deixa um pouco de si por onde pousa. É o amor de quem deixa saudades.
A moradia do amor é onde ele guarda seus pertences, seus desejos e anseios. O amor que mora sozinho, acaba por se tornar egoísta e cheio de manias. Já mostra dificuldades em compartilhar a casa e as emoções.
O amor da gente sempre escolhe um lugar para morar, e, mesmo que vá mudando e se adaptando ao longo da vida, é importante nunca perde-lo de vista, saber seu endereço, e lembrá-lo sempre e sempre de que vez ou outra não há mal algum em passar um tempinho na casa onde nasceu, só para descansar, se curar, ou planejar a próxima viagem.
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