Paulo Nogueira
Em meio a tantas incertezas, uma coisa é fato: Aécio é o pior perdedor da história do Brasil.
Faz já mais de um ano que ele não se dedica a outra coisa que não tentar derrubar, por meios grotescos, quem o derrotou.
Ele não teve grandeza em nenhum momento. Já começou tentando colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas.
Depois procurou toda sorte de pretextos para contrariar a vontade expressa de 54 milhões de pessoas, e não parou mais.
Aécio é, hoje, um câncer para a democracia.
Se todos os derrotados se comportarem como ele, o Brasil vai se tornar um caos.
A explicação mais provável para esse comportamento é a mais simples: Aécio é um menino mimado.
Nunca teve que trabalhar, nunca teve que se esforçar. Nasceu numa oligarquia mineira que lhe deu tudo na boca desde sempre.
Ele é a própria negação da meritocracia. Não o ensinaram a pescar. Deram-lhe peixe a vida toda.
O avô Tancredo foi evidentemente um mau professor para ele, ou Aécio não seria o perdedor miserável que é.
Mais velho, FHC poderia ter ajudado mentalmente Aécio, mas está claro que nada fez.
Se a imprensa cumprisse seu papel de fiscalizadora com Aécio poderia tê-lo ajudado a aprimorar o caráter.
Mas também a mídia o mimou e protegeu sempre.
A única vez em que Aécio foi posto contra a parede numa entrevista foi no Jornal Nacional, na série de pinguepongues dos candidatos.
Perguntaram-lhe sobre o aeroporto particular que ele construiu perto de sua fazenda com dinheiro público.
Mas mesmo aí. Ele poderia ter simplesmente respondido a Bonner: “Ora, companheiro. Se isso fosse importante vocês do Jornal Nacional teriam coberto o assunto.”
Em mais um de seus crimes jornalísticos, o JN simplesmente ignorou o assunto.
Assim como desprezou meia tonelada de pasta de cocaína encontrada no helicóptero de um grande amigo de Aécio, o senador Perrela.
O objetivo aqui não foi preservar Perrela, mas Aécio. Vinculá-lo a reportagens sobre cocaína seria complicado na sua campanha eleitoral, dada sua fama.
Aécio acabou se convertendo na versão política brasileira daquele personagem de história em quadrinhos chamado Riquinho.
O exterior já denuncia isso. Implante no cabelo, branqueamento dos dentes, botox, tudo isso dentro da linha de figuras como Marta Suplicy e Ana Maria Braga.
A vaidade excessiva é a mãe de todos os vícios. Acrescente aí a superproteção e o resultado é uma personalidade catastrófica.
A irmã Andrea ajudou a construir um Aécio defeituoso. Os mineiros têm muito a contar sobre o papel de Andrea na vida de Aécio.
Era ela, por exemplo, que administrava as verbas de publicidade oficial quando ele era governador.
As rádios da família jamais deixaram de ser contempladas pelo dinheiro do contribuinte mineiro, algo que é indecente ainda que não ilegal.
No meio disso tudo, nesta louca cavalgada para sabotar quem o venceu, Aécio só não faz o que deveria fazer.
Não há registro de uma única coisa boa que ele tenha feito no Senado.
Há uma única coisa pior do que perder. É não saber perder.
É o triste caso de Aécio.
Postado no DCM em 09/10/2015
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