Morel Felipe Wilkon
Até hoje a maior parte das pessoas com quem você convive acreditam num Deus que pune, num Deus que nos castiga pelas nossas faltas. Já comentei aqui, outro dia, que divinizaram Jesus e humanizaram Deus. Essa ideia que fazem de Deus é humana demais.
Emprestaram a Deus todas as características dos homens e das mulheres deste planeta rebelde. Deus não é homem, não é mulher, não é pessoa, não é computador, não está nos espionando o tempo inteiro pra ver se nos pega em falta.
Deus se manifesta através de nós, e age através de Suas Leis. Suas Leis estão impressas em nossa consciência. Temos em nosso íntimo uma bússola apontando sempre para o que é certo, para o que deve ser feito. Levamos milênios para aprender a usar essa bússola. Depois que aprendemos, cada vez que a desobedecemos, nos desorganizamos internamente. Essa bússola é a consciência.
Toda vez que fazemos algo que sabemos não ser o correto, tornamos nossos pensamentos confusos, sentimos medo. Medo de sermos descobertos, medo de sermos punidos, medo de que nos aconteça a mesma coisa que fizemos.
Essa não é uma questão religiosa. Isso independe de crença, prescinde da ideia de Deus. Qualquer ateu mais observador sabe que existe um mecanismo interno a que chamamos consciência que nos avisa quando devemos corrigir a rota de nossos atos.
O mecanismo da consciência é idêntico ao mecanismo da dor. Para quê serve a dor física? Para nos alertar que devemos corrigir alguma coisa em relação ao nosso corpo. Imagine se você não sentisse dor. Iria caminhar sobre cacos de vidro e se esvair em sangue sem perceber. Queimaria sua mão no fogo até torrar e não iria notar.
A dor física serve para nos mostrar que alguma coisa que temos praticado com nosso corpo não está certa, não deve ser repetida, pois coloca a integridade do corpo em risco.
A consciência funciona exatamente da mesma maneira. Faça alguma coisa que você sabe que é contrária aos seus princípios, qualquer coisa que você intimamente saiba que não é certo, e a consciência inevitavelmente irá lhe alertar, por meio da dor moral. Essa dor pode se manifestar de várias formas: pelo medo, pela ansiedade, pelo remorso, pela tristeza, pela falta de confiança em relação a si mesmo.
Não desafie sua consciência. Não tente enganá-la, ela não se deixa enganar. Não caia no erro infantil de achar que vale a pena burlar a consciência por uma causa aparentemente grande. Não há preço que pague a tranquilidade da consciência. Não há preço que pague a autoconfiança propiciada pela obediência à consciência.
Você é espírito imortal em busca da reforma íntima. Não deixe passar mais uma reencarnação sem levar a sério o que manda a consciência.
Todos nós desobedecemos a consciência muitas vezes em nosso passado milenar. Que desta vez seja diferente. Não importa a sua idade, não importa a que altura do campeonato da vida você esteja. Você terá que fazer isso mais cedo ou mais tarde. Pra quê esperar mais?
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