Lourival Antonio Cristofoletti
A palavra dita tem força criadora, a profetizar desejos que anseiam por materializações. O que é proferido não mais se desmancha: tem como sina ecoar pelos tempos, renovando desejos, fazendo predições, sem nunca perder sua força, além de depurar continuamente seu significado.
E diante dessa imensidão de expectativas existe você, com seu singular pulsar, com todas as ferramentas de que precisa, escondidas, talvez, no sótão da memória, carentes, entretanto, de serem redescobertas.
Basta fazer sua escolha – bem que poderia ser agora -, pois, ao, contemplar, impávido(a), esse encantador mundo que se abre á sua frente, oferecendo-lhe um leque infinito de possibilidades, sua energia optará por uma renovação.
E se lhe faltam inspiração e jeito para reformular seus caminhos, quem sabe alguns estímulos sirvam de singela inspiração? Sua sabedoria e energia não lhe dão tréguas, talvez tenham apenas optado por leve período de entressafra.
Agora, já refeitas, elas afinam as vozes para entoar os versos que lhe incitam a retemperar a sua história de vida, colocando-o(a) na dimensão que lhe cabe com as realizações que sempre lhe foram reservadas:
procura os sinais escondidos em cada alegoria
delimita no tempo e no espaço a dor sentida
filtra tuas sementes com prudente sabedoria
replanta-as como quem ora, grato, pela vida
foge mais vezes do sentimento de desentendido
reserva-te alguns momentos para um sossego
compreenda o mistério do relacionamento ido
encontra gozo em exercícios suaves de desapego
vê a pertinência do que é relatado no sermão
sê comedido na consideração dos teus deslizes
ignora o que teima em se esconder na omissão
impede que os pensamentos ruins criem raízes
olha à distância as armadilhas das indecisões
encara com coragem e ardor as oportunidades
oferece espaço para que se formem as visões
capta o flexível plural que existe nas verdades
sente boas sensações sem querer ver o porquê
opta, certas vezes, colocar tua vida no “Mudo”
captar encanto na vida depende de quem a vê
permite-te analisar como quem ignora tudo
mistura-te a perder-te entre pessoas de bem
mantém no campo de mira a lua e nuas estrelas
sabe que são poucas as coisas que te mantêm
entende que há doce magia em querer tê-las
flui perguntas se ainda não fechou a questão
acessa as saudades em busca do terno sorriso
intui as vezes que convites agitam o coração
tem certo prazer em teu navegar impreciso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário