Rubia A. Dantés
Noite dessas me vi bastante triste e insatisfeita com algumas coisas que não estavam fluindo e logo me vi tentando encontrar uma forma de me transformar, mudando naquilo que eu pensava ser o que fazia com que as coisas não fluíssem.
E já ia entrando num baixo astral, quando uma sábia voz interior me falou.
Se tudo tivesse resolvido nessa área, o que você faria diferente do que faz?
Nada.... pensei surpresa, eu faria a mesma coisa porque é o que amo fazer.... Na mesma hora, percebi como estava tentando mudar a parte que era fiel à minha natureza... achando que ali é que estava o problema.
Percebi que, por mais que eu amasse fazer o que faço, uma parte minha ainda não aceitava plenamente isso e, diante de determinados problemas, logo pensava ser o que tinha que ser sacrificado.
Nunca tinha me dado conta de que às vezes me culpava e condenava por ser fiel à minha natureza...
Resolvi, então, agradecer e valorizar aquilo que eu amo fazer, entendendo que não é nisso que tenho que mudar... isso é o que já alcancei, portanto, enquanto não me aceitar por inteira naquilo em que sou fiel à minha natureza, as outras coisas não vão fluir.
De alguma forma, essa era uma maneira que encontrava de me sabotar e nem percebia...
Acho que muito do nosso sofrimento vem da não aceitação da nossa maneira única de ser... e, muitas vezes, por não valorizarmos quem somos, buscamos ser igual ao outro.
Para cada área da nossa vida, temos uma imagem do que seria ideal, construída pelo nosso sistema de crenças e quase sempre essa imagem passa longe da nossa verdadeira natureza e é algo impossível de nos fazer feliz.
Passamos grande parte da vida tentando alcançar o impossível sendo que já temos dentro o modelo perfeito que nos faria feliz, pois não envolve nenhum esforço ser quem você é.
Podemos nos esforçar ao máximo para sermos fieis a qualquer modelo que nos ditam nossas crenças, sempre na busca de agradar ao outro, mas nesses formatos moldados pelo que vêm de fora, nunca nos sentiremos felizes nem agradaremos ninguém... e muito menos a nós mesmos.
É uma luta inglória a que travamos contra a nossa natureza ao tentar alcançar um ideal que foge completamente a ela... Colocamos um monte de adereços que, aparentemente, enfeitam-nos, mas, na verdade nos encobrem...
Então, a partir daquela noite, resolvi valorizar aquelas coisas que amo fazer e que me fazem "sentir em casa"... aquelas coisas que, quando estou fazendo, não vejo o tempo passar e que alimentam minha Alma.
Cada um de nós é único e especial na forma de dar a sua contribuição ao todo.
Temos Dons e Talentos únicos que, quando aceitos e manifestados, fazem-nos sentir em casa, mas...
Muitas vezes manifestar aquilo que é mais genuíno em nós envolve muitos medos e crenças equivocadas e isso faz com que nos afastemos de nós mesmos e busquemos ser o que não somos.
Muitas vezes, temos medo daquilo que mais queremos porque temos muitas memórias de dor ligadas àquilo, e preferimos fingir que somos o que não somos a ter que entrar em contato com essas memórias e medos que envolvem um encontro mais profundo com a nossa verdadeira natureza.
E, quando descobrimos um pouco de quem somos e do que amamos fazer, a alegria é indescritível e temos a sensação que todos os nossos problemas estarão resolvidos....
É como adentrar em um território novo e desconhecido com maravilhas que nem imaginávamos poderiam nos fazer tão felizes...
Mas, muitas partes inconscientes ainda carregam memórias de medo e esses medos podem acabar nos fazendo sabotar aquilo que temos de mais precioso, que é onde somos fieis à nossa Alma.
Então, é preciso cuidar com carinho daquilo que é mais precioso para você e, apesar de todos os desafios que querem nos tirar do centro, ter a coragem de permanecer naquele lugar onde você sente que é fiel à sua Alma... Sendo em um trabalho.... em uma forma de Ser...
Não basta conquistar, é preciso cuidar...
E o melhor cuidado é o acreditar que somos merecedores de fazer e viver tudo que amamos e que merecemos para nos sentir em casa em tudo que somos e fazemos....
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