Aécio Neves, um Cavalo de Troia
Desde a definição de sua candidatura à Presidência da República não é possível ouvir Aécio Neves fazer uma proposta concreta útil ao Brasil, à sua soberania e desenvolvimento, menos ainda ao bem-estar do povo e ao progresso social.
Nas entrevistas que concede, quase sempre a veículos comprometidos com sua candidatura, Aécio intercala ataques à presidenta Dilma Rousseff com platitudes aparentemente sem maiores consequências.
Aécio parece um pastel de vento, alguém sem conteúdo, mas não é. O PSDB e seus aliados têm um programa para Brasil: a regressão aos tenebrosos tempos de neoliberalismo, a genuflexão às grandes potências, os ataques aos direitos sociais. Menos salário para os trabalhadores, menos investimento na educação e na saúde, menos democracia para os que lutam.
Por trás da candidatura do PSDB estão interesses muitos poderosos, que saíram do centro do poder com a eleição de Lula em 2002, mas que agem nas sombras, diuturnamente, para voltar a colocar o Estado e o governo a seu serviço.
Junto com Aécio viriam o desemprego, as privatizações, o sucateamento das universidades, o descaso com a saúde. Sairiam das sombras as tenebrosas figuras de ternos bem cortados e compromissos bem assumidos com os interesses do imperialismo e da banca internacional.
Esta realidade aparece nas entrelinhas de seus discursos e entrevistas dadas por Aécio e seus assessores. Por trás de palavras como “eficiência”, “choque de gestão”, “austeridade”, pronunciadas pelo senador mineiro ou por seus sequazes, estão a volta aos tempos de Fernando Henrique Cardoso, quando o patrimônio nacional, os direitos sociais, os investimentos em educação e saúde, foram sacrificados em benefício da banca internacional e nacional.
Não é à toa que o Banco Santander, instituição estrangeira que opera em solo nacional em parte graças à privataria levada a cabo pelos tucanos em bancos como o Banespa, mandou um comunicado aos seus clientes mais bem aquinhoados insinuando o voto contra Dilma. E não é preciso haver dúvida: onde ganham os banqueiros perdem a nação, a produção, o consumo, o desenvolvimento nacional.
O povo brasileiro quer mais mudanças e isso é muito positivo. Aécio não é claro sobre o seu programa justamente por isso, para fingir que sua candidatura atende a este apelo. Mas ele é uma volta o passado, não uma estrada em direção a um futuro que aguarda uma nação como o Brasil.
Os brasileiros progressistas, comprometidos com a pátria e com o nosso povo não podem se enganar sobre a envergadura da batalha, considerá-la menor ou já vencida pelo campo democrático e popular.
A presidenta Dilma tem uma vantagem importante, mas a máquina de mentiras a serviço dos interesses do imperialismo e da banca é poderosa e trabalha a todo o vapor. Para percebermos isso é só olharmos para o noticiário econômico, que tenta torturar a realidade para dar a impressão de que vivemos uma crise, ou para a manipulação permanente das pesquisas de intenção de votos.
O momento nacional requer uma grande mobilização, que diga a verdade sobre as realizações destes últimos doze anos e denuncie as mentiras dos que estão ávidos por colocar o país de joelhos novamente. Não há erro maior do que subestimar o inimigo. Menos de setenta dias nos separam do primeiro turno das eleições. É preciso foco e concentração, combatividade e decisão.
Aécio não é um pastel de vento, apesar das aparências. Está mais para um Cavalo de Troia, instrumento de traição à pátria e aos anseios do povo brasileiro.
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