O poder interior


O poder interior


Elisabeth Cavalcante

O conceito de poder ao qual estamos habituados é, usualmente, aquele que se refere à atitude de exercer alguma influência ou domínio sobre o outro.

Entretanto, no plano da espiritualidade, o poder tem uma conotação muito mais profunda. Ele se refere ao poder sobre nós mesmos, que emana da consciência divina que habita em cada um.

Quando está plenamente desperto e fortalecido, ele se expressa como um poder espiritual, uma força interior que nos torna capazes de dominar o ego e as emoções e ter total segurança e controle sobre nossa própria vida.

Aquele que o experimenta, não teme o julgamento ou a rejeição alheias, nem direciona suas ações pelo medo ou a culpa. As escolhas, aliás, são os mais fortes indícios da plenitude do poder espiritual.

Quanto mais desenvolvido ele for, maior será a segurança para tomar decisões e, de forma madura, pagar o preço que for necessário por elas. Na imaturidade, ao contrário, teme-se fazer uma escolha por receio de errar ou pela incapacidade de abrir mão de alguma coisa para poder desfrutar de outra.

Para que o poder interior se torne o único mestre de nossa vida, é imprescindível que aprendamos a viver de modo totalmente consciente, ao invés de seguirmos num estado de letargia e adormecimento, deixando-nos arrastar pelos acontecimentos, como vítimas indefesas do destino.

Embora existam aspectos da existência que pertencem à dimensão do mistério, e sobre os quais não temos qualquer controle, grande parte de nossa jornada pode, sim, ser traçada pelo poder de nossa vontade, por um desejar profundo, que se impõe de maneira espontânea e natural, sem nenhuma luta, quando emana diretamente do nosso poder interior.

"Maturidade: A diferença entre a relva e as flores é a mesma que existe entre você enquanto não sabe que é um buda, e você no momento em que compreende que é um buda. De fato, nem poderia ser diferente. 

O buda é completamente florescido, inteiramente aberto. Os seus lótus, suas pétalas, chegaram a uma completa realização... Com certeza, ser você mesmo, pleno de primavera, é muito mais belo do que o orvalho de outono caindo sobre as folhas de lótus. 

E olha que essa é uma das coisas mais lindas de se ver: o orvalho de outono caindo sobre as folhas de lótus, brilhando ao sol da manhã, como pérolas verdadeiras. 

Naturalmente, isso não passa de uma experiência momentânea. À medida que o sol se levanta, o orvalho de outono começa a evaporar-se. Essa beleza passageira certamente não pode ser comparada com uma eterna primavera em seu ser. 

Por mais longe que você consiga olhar para trás, verá que essa primavera sempre esteve ali. Olhando para frente o mais que pode, você se surpreenderá: trata-se do seu próprio ser. Onde quer que você esteja, essa primavera estará também, e as flores continuarão a cair sobre a sua cabeça. Isso é primavera espiritual". Osho - No mind, the flowers of eternity.


Postado no site Somos Todos Um


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