Chega às raias do absurdo, para não dizer da pura maldade e do ódio absoluto, a perseguição da imprensa contra os dois José, o Dirceu e o Genoíno.
Não contentes em patrocinar um julgamento de araque, no qual os réus tinham de provar a inocência, como fazia a Inquisição, a imprensa agora se insurge contra qualquer ação que os dois, já presos, fazem para que se cumpra a punição que lhes foi aplicada - eles têm a prerrogativa da prisão em regime semiaberto e podem, portanto, passar o dia fora do presídio desde que trabalhem.
Coisa incrível, esses órgãos da imprensa que assumiram o papel de partidos políticos de oposição, se dispuseram até mesmo a fazer reportagens investigativas para desacreditar o hotel que ofereceu emprego a Dirceu!
Se agissem sempre assim, investindo na reportagem e não na fofoca e boataria políticas, quem sabe estariam muito melhor hoje, não exibindo números que indicam uma situação de quase falência.
No fundo, a gente sabe que tudo não passa de disputa pelo poder, travada desde que Lula venceu pela primeira vez a eleição presidencial.
Os jornalões são a linha de frente da oligarquia que não se conforma em ter sido obrigada a abandonar o Palácio do Planalto e, consequentemente, em ver seus planos para perpetuar o regime de Casa Grande e Senzala no país serem interrompidos.
De certa forma, os dois Josés representam esse Brasil novo que está surgindo.
Os dois lutaram a vida inteira pelo ideal de transformar este num país mais justo e mais democrático e o êxito que tiveram nessa missão marcou-os como inimigos mortais da oligarquia.
Por isso não basta estarem presos.
É preciso que sejam humilhados, que sofram uma tortura pior que aquela praticada pela ditadura em quem ousava contestá-la.
Os dois Josés, para seus algozes, não são seres humanos. São símbolos de uma ideologia que, para eles, não pode sobreviver.
Postado no blog Crônicas do Motta em 04/12/2013
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