Sorrir faz bem !












Aécio Neves quer conversar



O SUS americano é muito pior do que o SUS brasileiro



Richard Jakubaszko 

O SUS americano é muito pior do que o SUS brasileiro. Aliás, os EUA não têm exatamente um SUS. Lá, vigora a lei do mais forte, a lei de quem tem mais dinheiro.


Apesar de ser constituído por empresas de seguro saúde, o SUS americano é coisa de 3º mundo, e a burocracia esconde o jogo.

Cerca de 250 milhões de americanos pagam seguro saúde, mas recebem péssimos serviços. Tudo isso pode ser visto no documentário de Michael Moore no vídeo abaixo.

Outros 50 milhões de americanos não possuem seguro saúde ou qualquer outro tipo de atendimento médico público ou gratuito.

Ou pagam verdadeiras fortunas por qualquer tipo de serviço médico/hospitalar, ou morrem. Não há opção.

Moore conta isso em detalhes. Assista este documentário, e horrorize-se!


No documentário Moore mostra como as empresas de seguro saúde, associadas a políticos, médicos, e a indústria farmacêutica, engambela o povo mais rico do planeta, no país mais poderoso de todos os tempos.

Moore mostra, ainda, como funciona o SUS do Canadá e o SUS da Inglaterra. Neste momento aprendemos o que é um país civilizado.


Postado no Blog Richard Jakubaszko em 27/09/2013


A devastadora “modernidade” do novo Iphone5



Vinicius Gomes

Toda vez que um novo iPhone está para ser lançado, produz-se um frisson mundial. 

No caso do novo Iphone 5S, não foi diferente. Pessoas acamparam por semanas em frente à loja da Apple em Nova York, esperando que suas portas se abrissem. Quando isso finalmente ocorreu, foram saudadas pelos funcionários como se tivessem acabado de conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas.

Mas por trás de toda a fanfarra de marketing, existe uma realidade que quase nunca é acompanhada pela mídia com tanta empolgação como as filas em frente das lojas.

O jornalista britânico George Monbiot começou a revelá-la esta semana, em seu blog.

A Apple, demonstrou ele, participa de um dos crimes ambientais que melhor expõem a desigualdade das relações Norte-Sul e a irracionalidade contemporânea. 

Ela provavelmente compra estanho produzido, na Indonésia, em relações sociais e de desprezo pela natureza que lembram as do século 19.

Pior: convidada por ativistas a corrigir esta prática, a empresa esquiva-se – destoando inclusive de suas concorrentes. E, ao fazê-lo, usa argumentos que sugerem: trata o público seus consumidores como se fossem incapazes de outra atitude mental além do ímpeto de consumo.

Monbiot refere-se ao uso, pelos fabricantes de celulares, do estanho extraído da ilha de Bangka, na Indonésia. 

O metal é indispensável para a soldagem interna dos smartphones. Cerca de 30% da produção global concentra-se na Indonésia – mais precisamente, em Bangka. O problema são as condições de extração.

O jornalista as descreve: “Uma orgia de mineração sem regras está reduzindo um sistema complexo de florestas tropicais e campos a uma paisagem pós-holocausto de areia e subsolo ácido.

Dragas de estanho, nas águas costeiras, também estão varrendo os corais, os manguezais, os mariscos gigantes, a pesca e as praias usadas como ninhos pelas tartarugas”.

A cobiça pelo estanho barato não poupa nem a natureza, nem o ser humano. Monbiot prossegue: Crianças são empregadas, em condições chocantes. 

Em média, um mineiro morre, em acidente de trabalho, a cada semana. A água limpa está desaparecendo. A malária espalha-se e os mosquitos proliferam nas minas abandonadas. Pequenos agricultores são removidos de suas terras.

Estas condições desesperadoras desencadearam reação de ativistas. 

A organização internacional Amigos da Terra articulou o movimento. Não se trata de algo conduzido por rebeldes sem causa. A campanha reconhece que eliminar a mineração seria uma proposta inviável, por desempregar milhares de pessoas.

Propõe, ao contrário, um pacto. Todo o estanho produzido em Bangka é adquirido pelas corporações que fabricam celulares. Se elas concordarem em respeitar condições sociais e ambientais decentes, a exploração de gente e da natureza não poderá prosseguir.

Sete fabricantes transnacionais abriram diálogo com a campanha: Samsung, Philips, Nokia, Sony, Blackberry, Motorola e LG.

A única das grandes fabricantes a se recusar foi a Apple – também conhecida por encomendar a fabricação de seus aparelhos às indústrias de ultra-exploração do trabalho humano da Foxconn.

O mais bizarro, conta Monbiot, são os estratagemas primitivos usados pela Apple para evitar um compromisso de respeito aos direitos e à natureza. 

O jornalista procurou por duas vezes, nos últimos dias, o diretor de Relações Públicas da empresa. Propôs, em nome da transparência, um diálogo gravado. Sugestão negada. Na conversa reservada, relata, não obteve informação alguma, exceto uma sugestão: dirija-se a nosso site.

Mas é lá, diverte-se Monbiot, que a Apple mais zomba da inteligência dos consumidores.

A corporação informa, placidamente, que “a Ilha de Bangka, na Indonésia, é uma das principais regiões produtoras de estanho no mundo. Preocupações recentes sobre a mineração ilegal de estanho na região levaram a Apple a uma visita de inspeção, para saber mais”. 

Mas a Apple não reconhece que compra o metal produzido em Bangka – provavelmente para não se comprometer com a campanha contra a exploração devastadora. 

O jornalista, então, pergunta: “Por que dar-se ao trabalho de uma visita de inspeção, se você não usa o estanho da ilha? E se você usa, por que não admiti-lo?”

Tudo isso sugeriria renunciar a um celular? Claro que não, diz Monbiot. Trata-se de exigir das empresas respeito a normas sociais e ambientais. 

Pressionadas, sete corporações transnacionais ao menos admitiram debater o tema. A Apple destoou. Quem tem respeito pelos direitos sociais e pela natureza deveria evitar os aparelhos da empresa, recomenda o jornalista.

Quem quer ir além pode, por exemplo, optar pelo Fairphone, celular produzido por empreendedores expressamente interessados em proteger direitos e ambiente.

Estará disponível a partir de dezembro. Porém, mais de 15 mil unidades já foram vendidas, nos últimos meses a consumidores conscientes.


Postado no site Outras Palavras em 26/09/2013

 

Esperança nos bebês pelados



Luís Fernando Praguinha

Um dia eu nasci. Pelado, sem nada, a não ser o amor de minha mãe e minha família, que acreditavam que eu era deles. Eu era um bebê bonitinho, puro e ingênuo. Me bateram e eu chorei pro mundo pela primeira vez. Me colocaram roupas para me proteger do frio e me alimentaram pra que eu crescesse saudável.

Me deram brinquedos pra que me divertisse e parasse de chorar, mas foram tantos que muitos ficavam jogados pelos cantos. Passaram a me dar roupas bonitas e mais caras pra que eu parecesse melhor e mais bonito pra quem me visse. Se eu chorasse me davam comida ou roupa ou brinquedo ou carinho.

O filho da empregada não tinha nada disso e eu passei a entender então que eu era melhor que ele. Ele foi criado na mesma sociedade que eu e a comparação dessas duas realidades não fazia bem a ele. Brincamos juntos por um tempo, depois passei a evitá-lo e ter ciúme dos meus brinquedos.

Meus pais me diziam para respeitar as pessoas, mas não entendiam que era um desrespeito eu ter tantas roupas, tantos brinquedos, desperdiçar tanta comida, enquanto o filho da empregada e muitos outros que foram bebês pelados um dia, passavam fome, frio e precisavam trabalhar ao invés de brincar.

Fui para uma boa escola e tive, mais uma vez, acesso a uma coisa restrita que deveria ser de todos. Tive as portas abertas para prosperar da forma que eu tinha aprendido. Achei que havia entendido o modo como as coisas funcionavam, azar do filho da empregada. Fazer o que?

Entrei para a política e experimentei o poder. Conheci pessoas obcecadas pelo poder, velhos de olhos frios, de caras sérias e tristes, jovens ambiciosos com olhos de águia e um sorriso diferente, que exalavam hipocrisia e mentira. Tive medo deles, mas com o estar-se sempre junto, percebi que era a única forma de sobreviver naquele meio. Deixei pra trás os fracos princípios que adquiri da minha educação consumista. Passei a considerar ridículo e desnecessário demonstrar respeito verdadeiro, mas imprescindível demonstrar respeito de mentirinha.

O filho da empregada conseguiu um emprego modesto e continuou a tradição da sua família de trabalhar sofrivelmente pra me servir. Outros como ele decidiram servir ao crime, matando algumas pessoas para poderem prosperar, mas também não deixavam, em última instância, de me servir.

Enquanto isso eu também matava algumas pessoas, alguns milhares com certeza, de fome, de frio e de privações morais, desviando recursos da saúde, educação e segurança para meu benefício ou dos falsos amigos que me pudessem beneficiar em troca. Para garantir meu nível de vida também me tornei obcecado pelo poder e perdi qualquer senso ético. Fiz conchavos com pessoas que sempre repudiei e enfim me tornei muito poderoso.

Nunca mais chorei, que é sinal de fraqueza. Fui amado, respeitado e temido por todos, como Deus. Envelheci iludindo e envenenando corações, sendo permissivo, cruel, fazendo mau uso do dinheiro do povo, traindo aliados, usando e fazendo leis a meu favor, mas sempre maquiado pela fachada de homem público, cumpridor do dever e ocasionalmente atado às limitações da governabilidade, procurando sempre alguém pra culpar, sem confiar em ninguém, pois nem em mim eu confiava.

Conforme envelhecia mais, sentia que a saúde, o poder e as minhas influências, pouco a pouco iam se afastando de mim. Vi a chegada de outros jovens ainda mais ambiciosos do que eu, lutando sem limites para ocupar posições que já tinham sido minhas. Vi desmandos inimagináveis cometidos para saciar a ganancia e a vaidade que o poder gerava. Vi a mim mesmo naqueles jovens.

O respeito, amor e medo que um dia nutriram por mim foi se convertendo em desprezo, ódio ou indiferença. Passei a ser motivo de chacota entre os políticos mais jovens. Meus aliados me traíram e revelaram meus esquemas. O povo que me elegeu passou a ter vergonha de dizer que um dia havia votado em mim. Meu raciocínio ficou lento e a doença tomou conta do meu corpo.

Morri, como todos os bebês pelados que vieram antes de mim morreram. Morri, como todos os bebês pelados morrerão. Deixei de ser. Todos deixarão de ser um dia. 

Senti o mundo melhor sem a minha presença, mas foi por pouco tempo. Logo vi que nada havia mudado e eu não havia mudado nada. Eu apenas ajudei a manter a farsa. 

Passei minha vida matando bebês pelados, desde a minha primeira roupinha bonita. Agora, morto, vejo que fui iludido. No começo, não conseguia enxergar. Quando enxerguei, me pareceu tão natural continuar agindo daquela forma, que não fiz questão de mudar. 

Quando percebi que matar, prejudicar e me aproveitar de pessoas apenas para mostrar meus brinquedos novos não era assim tão natural, eu estava tão dominado por aquele vício e tão ciente da minha incapacidade de me livrar dele, que preferi continuar agindo como se fosse natural, como faziam meus colegas de ofício.

Morto eu posso entender melhor. Nascer, viver e morrer são naturais. Matar não é natural. Matar é tirar de bebês pelados o privilégio de viver. Viver pode ser melhor que a vida que tive. Morto, me parece que viver como eu vivi é apenas parasitar e pilhar o planeta. 

Tudo o que tirei dos outros nunca foi verdadeiramente meu. Nunca tive nada, a não ser aquela pureza e ingenuidade de bebê pelado. Morto, vejo que nem isso mais eu tenho.

Torço para que nasça cada vez menos gente como eu. Torço para que nossa organização social e nossos sistemas político e econômico baseados no consumo sejam compreendidos como danosos e viciantes, mas pelas pessoas vivas, porque os mortos já deixaram de ser. Torço por uma forma cooperativa de viver.

Agora que estou morto, não me restou nem sequer uma lembrança boa do tempo em que fui vivo. Fui um péssimo exemplo. Depois de morto, ainda pude sorrir de verdade mais uma vez, ao ver meu neto, bebê pelado, nascer. Reaprendi a chorar ao vê-lo rodeado de brinquedos, evitando o filho da empregada.


Postado no blog Educação política em 26/09/2013


Adoção à americana




Paulo Gleich

Recentemente, a agência de notícias Reuters publicou um artigo sobre o private re-homing, prática que vem crescendo nos Estados Unidos nos últimos anos. 


Trata-se da adoção informal de crianças e adolescentes, geralmente propiciada através de fóruns na Internet. 

A particularidade dessa “adoção à americana” – alusão à expressão “adoção à brasileira”, usada para adoções informais – é que se trata de pessoas que já haviam sido adotadas através do processo legal, muitas delas vindas de países do exterior. 

Seus novos pais, angustiados com dificuldades em criá-los – pois muitas vezes se revelam “problemáticos” – recorrem ao re-homing para lhes encontrar um novo lar mas, acima de tudo, para livrar-se de alguém que passou a ser um incômodo.

Um fenômeno como este não pode ser tomado de forma isolada, restrito a um determinado local ou grupo de pessoas, especialmente quando o lugar em questão ocupa posição central em nossa cultura como o são os Estados Unidos.

Tampouco trata-se de simplesmente demonizar aqueles pais que, em seu desespero, lançam mão desse recurso para livrar-se de seus filhos-problemas: com isso apenas localizamos um problema em alguns indivíduos para lavarmos as mãos daquilo que nos toca.

Penso que esse fenômeno serve para interrogar o lugar da infância e, talvez mais que isso, como se tecem os laços humanos nos tempos que correm.

Toda filiação é sempre uma adoção, independente da carga genética. Laços de sangue, apesar de poderosos, não são suficientes para garantir que um bebê torne-se um filho, é preciso que alguém deseje inclui-lo não apenas em sua família, mas na família que, queiramos ou não, constituímos com o meio social em que vivemos.

Somos deficientes instintuais, o “instinto” materno ou paterno não está nos genes, mas é fruto de uma combinação complexa de fatores – entre eles aquilo que uma mãe ou um pai experimentaram quando foram, eles mesmos, adotados por seus pais ou cuidadores. 

A cada nova chegada de um bebê é preciso que (re)nasçam também pais e mães, assim como o desejo de ter aquele filho.

A adoção à americana expõe uma faceta triste da infância contemporânea: a da criança como objeto, bem de consumo desejado, o que é diferente de desejar, de fato, um filho. 

Embora inexistente nas experiências concretas, a ideia da "família margarina" ainda rende muito ibope, muitos não querem ficar de fora dessa cena idealizada na qual estaria a chave da felicidade. 

A adoção também está em voga: para que por num mundo superpopulado mais uma criança se há tantas precisando de um bom lar e de uma vida com melhores possibilidades? 

As celebridades mostram que é uma prática admirável e, afinal, quem não quer ser belo e feliz como eles?

A vida em família, no entanto, não é apenas aquilo que os retratos e comerciais mostram. Assumir a responsabilidade pela vida de outro ser implica, além dos momentos de prazer e alegria, em renúncias, angústias, dores de cabeça, dúvidas, ambivalências, medos.

Um filho jamais é como se imaginou, salvo se os pais conseguem adaptar suas expectativas ao pequeno ser com quem se encontram – para sorte dele. 

Caso contrário, se não permitem que ele seja outra coisa que não o que esperam, este terá mais trabalho para vir a ser alguém.

Como em qualquer relação tecida pelo amor, é nos desencontros entre expectativa e realidade que está a potência para o crescimento, mas também para a ruptura deste laço sempre frágil. Se em uma relação amorosa uma ruptura é dolorosa e até aniquiladora, ainda mais o é no caso de uma criança, cuja vida depende do amor de quem a acolheu.

As adoções à americana trazem à luz repetidos fracassos de um laço construído sobre expectativas que raramente se realizam: a criança-produto não equivale à sua embalagem. 

Um pai chegou a fazer uma comparação com a compra de um carro usado do qual se ocultaram defeitos na hora da venda. Falas como essa revelam a lógica com que são tomadas estas adoções: trata-se da aquisição de um bem, não da acolhida de um ser com as características singulares que o compõem, fruto de sua história e dos laços que a teceram. Dentro dessa lógica, nada mais natural que desfazer-se do produto defeituoso, à falta de um Procon para adoções.

Crianças e jovens adotados trazem em sua bagagem a ruptura de seu primeiro vínculo amoroso, ferida que demanda não apenas tempo, mas amor para que possa ser curada, ou ao menos amenizada.

É frequente apresentarem sintomas que produzam rechaço em quem os acolhe: é a repetição ativa, inconsciente, do que viveram passivamente; uma tentativa fracassada, mas muitas vezes a única possível, de lidar com um desamparo que experimentaram precocemente. Não é, sem dúvida, motivo de alegria para quem os acolhe, mas tomar tais produções subjetivas como transtornos, falhas de caráter ou defeitos e, por conta disso, afastá-los é condená-los uma e outra vez à repetição da experiência traumática que as originou.

Não precisamos ir aos Estados Unidos para encontrar adoções à americana, embora o private re-homing seja talvez ainda restrito àquelas terras.

Também no Brasil são cada vez mais comuns casos em que crianças são adotadas, por compaixão ou obrigação, mas após alguns meses, quando começam a “incomodar” – ou seja, quando já não são mais os bibelôs comportadinhos e amorosos de um primeiro momento – são devolvidas a abrigos e lares de onde foram retiradas. 

A tolerância a suportar os impasses e conflitos da criança, que vêm à luz quando se sentem minimamente amadas para poder expô-los, revela-se baixa: ou se comportam, ou serão devolvidas. Em outras palavras, ou fazem o que lhes é demandado, ou perdem o amor e o lar que ganharam – o que corrói ainda mais a já frágil confiança nos laços afetivos como sustentadores da existência humana.

O que aparece de forma escancarada nos casos de adoção também está presente em muitas histórias de filhos biológicos. 

Impasses em serem adotados por seus pais produzem sintomas, sinais de que algo não vai bem: agressividade, desatenção, dificuldades de aprendizagem.

Em nossa cultura, no entanto, o que não vai bem não é apenas mal-visto, mas individualizado, precisa ser logo consertado, antes que interrogado.

O “conserto” oferecido é muitas vezes apenas eliminar o que incomoda, através de terapêuticas e medicamentos que pouco atentam às subjetividades às quais dizem respeito: as dos filhos, mas também as dos pais.

Nas relações amorosas, troca-se o parceiro incômodo por outro, na esperança de que com este “dê certo”; com filhos não é possível – ou bem mais complicado – trocar, então há de se consertar, de preferência com o mínimo possível de esforço: tempo é dinheiro, e ambos são muito caros para gastar à toa.

Talvez seja essa a pergunta que as adoções à americana lançam a todos, independentemente de sermos pais ou filhos, adotivos ou não: o que fazer com aquilo que nos incomoda no outro? 

Descartá-lo, trocá-lo por outro modelo, tentar consertar? Ou escolher o caminho mais difícil, porém talvez mais interessante, de tentar entender o que o incômodo revela sobre nós? 

Afinal de contas, não funcionamos tão bem como gostaríamos, e também corremos o risco, assim como as crianças, de nos tornarmos órfãos – não só dos outros, mas de nós mesmos.

Paulo Gleich é psicanalista e jornalista.


Postado no site Sul 21 em 24/09/2013







Cai por terra a versão oficial do 11 de Setembro



Investigadores dinamarqueses afirmam terem provas de que as torres gêmeas foram derrubadas pelos serviços secretos israelitas com a colaboração do FBI


Já muito se falou do ataque alegadamente terrorista de 11 de Setembro às torres gémeas do World Trade Center, surgiram teorias, e especialistas levantaram muitas questões. 

Mas quando o investigador Cientista Larry Silverstein encontra explosivos em destroços do World Trade Center cai por terra a ideia de que o ataque foi terrorista. 

Uma equipe de oito pesquisadores liderados pelo professor Niels Harrit da Universidade de Copenhaguem (Dinamarca), comprovaram a existência de explosivos altamente tecnológicos em amostra dos escombros das torres gêmeas.

Essa pesquisa vem confirmar um trabalho semelhante previamente executado pelo professor Steven Jones nos Estados Unidos.

Com esta descoberta explica-se a queda livre dos prédios num processo de demolição implosiva controlada.

Os aviões não poderiam derrubar as torres gêmeas devido à temperatura do combustível não ser suficiente para derreter aço.

O impacto também não pode ter afectado a estrutura no nível afirmado pelo governo americano, uma vez que o prédio foi desenhado para suportar aviões daquele tamanho. O ferro derretido na base dos prédios ficou vivo por várias semanas.

Nos três meses seguintes, fotos infravermelhas de satélites mostraram bolsões de alto calor nas três torres.

Larry Silverstein comprou o leasing do WTC entre 2000 e 2001, dois meses antes do “ataque”, tendo contratado um seguro para os prédios no valor de dois bilhões de dólares contra ataque terrorista.

Na opinião dos investigadores da Universidade de Copenhague, o ataque às torres gêmeas serviu para “criar ódio contra os árabes e fomentar as guerras americanas na saga pelo petróleo e a hegemonia Israelita no Médio Oriente”.

E ainda segundo os mesmos investigadores, “existem evidências de que agentes da Mossad (serviços secretos israelitas), foram capturados no mesmo dia na posse de explosivos. Todos foram libertados pelo FBI”.

Veja o vídeo:



Postado site Maior TV em 11/09/2013


O primeiro parlamentar negro na Alemanha


parlamentar negro alemanha

O primeiro parlamentar negro da história da Alemanha Karamba Diaby entre dois eleitores (Foto: Assessoria de Imprensa de Karamba Diaby)

Redação Pragmatismo

Um homem de 51 anos e nascido no Senegal fez história na Alemanha, no último domingo (22), Karamba Diaby é o primeiro negro eleito no país.

Ele vai ocupar uma cadeira no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão.

Diaby, que se candidatou pelo Partido Social Democrata (SPD), não conseguiu a vaga diretamente, mas sim pela lista partidária.

Na Alemanha, cada eleitor deve votar duas vezes, a primeira em seu candidato e a segunda no partido.

A cidadania alemã foi conquistada em 2001 por Diaby, que chegou na Alemanha, ainda Oriental, em 1985. O afro-alemão estudou Química na universidade de Halle, onde concluiu o Doutorado.

O deputado, durante as campanhas, manteve no discurso o intuito de melhorar as condições para estrangeiros que vivem na Alemanha. 

No Parlamento, Diaby será oposição à coalização de governos democratas da chanceler Angela Merkel.

Em entrevista à BBC, Diaby chegou a afirmar que sua campanha era “uma loucura”. 

O “Ay, Karamba”, slogan da candidatura do deputado, aliado ao fato do candidato ser negro e carismático, fez com que por onde passasse ele fosse tratado como “celebridade”.


Postado no site Pragmatismo Político em 24/09/2013


O verdadeiro pecado é sofrer


FOTO: Oscar entra para o hall da fama do basquete pelas mãos de Larry Bird NATHANIEL S. BUTLER/NBAE / GETTY IMAGES / AFP
Oscar Schmidt (direita), que luta contra um câncer, é recordista mundial de pontos, com 49.737. E foi eternizado no "hall of fame" em Springfield, Massachusetts, em 08/09/2013



Bernardino Nilton Nascimento 

Uma vida repleta de felicidade e excessivo conforto, onde os dias passam sempre iguais, isenta de qualquer preocupação e da possibilidade do surgimento de um acontecimento inesperado, acabaria sendo impregnada de um tédio insuportável.

Em síntese, posso dizer, pois, que o entrechoque de opiniões e de inclinações, ou mesmo o aparecimento de contrariedades, a disparidade de inteligências, de idades, de temperamentos, de riscos constantes por contas das diferenças, o receio da morte, as alternativas, os altos e baixos que vamos tendo ao longo da vida, a inquietação que trazemos sempre dentro de nós e que nos faz temer o futuro, os obstáculos a vencer, a esperança de dias melhores, a convicção de que os momentos de felicidade são passageiros, pensamentos que viajam fora do controle, dos ciúmes exagerados, o medo da doença e a certeza de que a vida é curta são alguns dos fatores que nos fazem continuar amando desesperadamente e defendendo, com unhas e dentes sentados em cima das esperanças em nossa acidentada, mas sempre amada vida, neste belo planeta Terra.

Então, o pior pecado é o sofrimento. Digo até que o único grande pecado é sofrer. Não há nada que possa nos fazer trocar o aprimoramento pelo sofrimento, pois nem a dor na carne e nem as dores dos sentimentos deveriam nos tirar o prazer e a alegria de viver.

Temos no passado, e agora bem presente, exemplos de pessoas que trocaram o sofrimento da sua grave doença por uma vida alegre, aceitando que com ou sem ela, o maior pecado seria sucumbir à dor.

Nosso grande jogador de basquete de todos os tempos é um exemplo presente de como devemos encarar uma doença grave sem perder a alegria de viver. "Morrer, eu sei que vou. Doente ou não, não vou escapar da morte, então, de qualquer maneira, o melhor é viver e morrer com alegria".

Tudo o que é fornecido pelo criador não passa de aprimoramento, nosso crescimento e nossa evolução como ser humano.

Da mesma forma, uma das coisas que torna a vida interessante é a sua relativa brevidade e a ignorância do dia em que desapareceremos da face da Terra.

Que castigo tremendo se soubéssemos, com toda a certeza, que iriamos viver mais de trezentos anos, sempre fazendo e repetindo as mesmas coisas que já fizemos centenas de vezes assim é a vida da maioria das pessoas que estão acima dos noventa anos, uma repetição de coisas diariamente que em sua maioria sem o apoio desejado dos mais jovens, mesmo estando velhos também. 

Assim mesmo, eles querem viver para assistir e participar das esperanças dos filhos, dos netos e bisnetos. Querem viver a sua vida na vida dos outros e não são compreendidos. Mesmo com os mesmo rituais diários não querem morrer. 

Um certo grau de inquietação também faz parte da nossa evolução. Desde que não exceda determinados limites, essa inquietação é, sob alguns aspectos, útil, e mesmo necessária. Isso, na condição dela se converter em trabalhos construtivos ao seu espirito e ao seu coração.

Fazer algo pela evolução humana, nos preocuparmos sinceramente com o próximo, deixando de lado todos os nossos pensamentos egoístas, são atitudes que fazem com que amemos cada dia mais a vida, sem deixarmos nos abater pelo pecado do sofrimento.

Muita gente diz que sofre, porém, não olha o que acontece a sua volta. Quando aprendemos a olhar o todo, o nosso sofrimento passa a ser uma lição pequena diante de tantas outras grandes lições impostas pela vida. 

O nosso sofrimento não seria nada se fôssemos humildes, se olhássemos para o nosso irmão com compaixão, se praticássemos a caridade, se não fôssemos egoístas e sempre voltados ao nosso pequeno mundo particular, se desejássemos a felicidade do próximo, se fôssemos sempre gentis e amáveis. 

Os nossos sofrimentos, muitas vezes, são consequências dos próprios pensamentos, das nossas próprias atitudes, da nossa vida mesquinha e egoísta, do nosso verdadeiro pecado.

O que torna a vida apetitosa e digna de ser vivida é, justamente, o tempero com a qual preparamos.

Esse tempero é feito com uma pitada de inquietação, de inseguranças suavizadas e de leves incertezas quanto ao dia de amanhã. 

Tudo isso misturado à diversidade de temperamentos, de aptidões, de inclinações, de preferências, de combinações e, claro, do amor à vida e ao ser humano.

Sofrimento, seja como for, não irei partir com esse terrível pecado.


Postado no site Somos Todos Um

O mensalão, o STF e um julgamento medieval








Presidente Dilma Rousseff na ONU em 24/09/2013





Sinais de ressaca no julgamento do STF




Luis Nassif, no Jornal GGN

É curioso o estágio atual da mídia frente a AP 470. Ainda há espaço para os carniceiros, os estimuladores da manada. 

Mas, em momentos cada vez mais frequentes percebe-se um cansaço, uma certa lassidão que sucede os grandes episódios orgiásticos, seja na guerras sangrentas ou na pornografia. São sentimentos similares, denotadores da falta de limites.

A manifestação de Ives Gandra da Silva Martins - que, antes da Folha, já externara o mesmo desconforto na insuspeita revista da Associação Comercial de São Paulo - é significativa, por partir de uma das fontes preferenciais do establishment midiático.

O desconforto não é apenas em relação à teoria do domínio do fato - que poderá reverter contra os advogados em suas causas futuras. É também em relação à postura de magistrados, à perda de referenciais de cortesia, ao deslumbramento com os refletores.

A ele se somam manifestações de colunistas mais independentes, pequenas brechas na muralha para abrigar o desconforto de outros juristas, advogados, análises mostrando a inutilidade do carnaval para as eleições de 2014.

Os objetivos não alcançados

A ofensiva midiática teve dois objetivos. O primeiro, desviar o foco da cobertura da CPMI de Carlinhos Cachoeira. 

O segundo, o de não apenas condenar, mas liquidar, humilhar, destruir, salgar a terra por onde passasse José Dirceu, pelo desplante de ter afrontado a mídia em diversas ocasiões.

Faz parte de uma lógica imperial: quem ousar se interpor no caminho da mídia precisa ser totalmente destruído como tática de dissuasão.

Ninguém ganhou com essa demonstração irresponsável de poder.

Perdeu a mídia, perdeu o país e, principalmente, perdeu o Supremo.

Em nome da vingança atropelaram-se normas básicas de direito individual. Caminham para transformar réus em vítimas. Se preso, Dirceu se tornará herói em vida, ao invés da pessoa que, para garantir a governabilidade ao partido, singrou por águas turvas.

O que era para ser a punição exemplar de práticas políticas condenáveis, transformou-se no oportunismo mais rasteiro, revelando a outra face da mesma moeda de corrupção política: quando agentes se valem seletivamente dos vícios do sistema para jogadas oportunísticas. 

A hipocrisia na política brasileira

De fato, não há diferença entre réus e alguns dos julgadores. Todos fazem parte da mesma tradição de hipocrisia do modelo político brasileiro.

O jogo sempre é o mesmo. Há um conjunto de vícios no modelo. Partidos de oposição se fortalecem denunciando os vícios de quem está no poder.

Quando conquistam o poder, repetem os mesmos vícios. Aí a nova oposição passa a criticar os vícios, utilizando-os de escada para reconquistar o Poder. Mas ninguém se preocupa em corrigir os vícios, porque todos se beneficiam deles: quem pratica e quem denuncia.

Ao julgar seletivamente os vícios do PT, Ministros do Supremo agiram com a mesma hipocrisia dos partidos políticos. Não há diferença. Pertencem todos ao mesmo lodo institucional, no qual impera a esperteza, jamais o compromisso de aprimorar as regras do jogo.

A ressaca

Agora, tem-se essa lassidão. Há um incômodo generalizado no sistema judiciário, pelo fato da face pública do poder ser um Gilmar Mendes, um Luiz Fux, um Joaquim Barbosa, e nao mais um Moreira Alves ou mesmo um Celso de Mello. 

Um incômodo generalizado entre jornalistas independentes - que trabalham ainda na velha mídia - pelo fato de, na fase mais dura do macartismo, não terem podido externar sua indignação com o anti-jornalismo praticado.

À medida em que cessa o álibi da guerra total, vai caindo a ficha geral sobre o estrago que esses tempos de devassidão jurídica provocaram na imagem do Judiciário e na esperança daqueles que ainda acreditavam que o escândalo é a espoleta para as mudanças. No país da jabuticaba, não é: é apenas o holofote para levantar o ego togado de Ministros de pouca grandeza.

Postado no Blog do Miro em 24/09/2013
Trecho do texto grifado por mim

Parecem pinturas mas são fotos !



Este conjunto de casas no México foi captado por Oscar Ruiz, em uma viagem de helicóptero, quando trabalhava para uma emissora de rádio, captando o tráfego na Cidade do México. Pelo caminho, Ruiz encontrou este complexo que chamou sua atenção e e descobriu que se tratava do San Buenaventura, um bloco habitacional construído recentemente. Fica em Ixtapaluca, na periferia da capital mexicana.



Esta obra é do fotógrafo Michael Brandt e foi tirada de um morro no vale de Palouse, em Washington, Estados Unidos. De frente para a montanha de Tekoa, este é um lugar conhecido por suas infinitas possibilidades fotográficas. As paisagens são incríveis e sempre em constante mudança, conforme as estações do ano. Entre o final de abril e o início de setembro, fotógrafos de todo o mundo fazem uma caminhada até ao lugar para captar a sua vista única.



Uma fotografia aérea de tirar o fôlego, feita pelo fotógrafo Andre Ermolaev. Foi captada na Islândia, “um verdadeiro paraíso para os amantes da fotografia”, diz o próprio. Mas o mais surpreendente é a visão que se obtém dos rios que correm ao longo da areia preta vulcânica – “é uma combinação indescritível de cores, linhas e padrões”. A foto mostra um rio se encontrando com o oceano. É também visível um riacho amarelo que corre para o rio, mas não se mistura. As trilhas dos carros dão para ter uma ideia da escala, em uma imagem que parece tirada de outro mundo.



Essas dunas com árvores espalhadas ficam no Parque Nacional Lassen Volcanic, na Califórnia.“A vista, como pode ver, é como uma pintura a óleo. Tapeçaria de Deus na Terra”. A descrição é dos autores James e Kelly Stone e não deixa dúvidas.



Este homem podia estar remando num lago de tinta (é o que parece, pelo menos), mas a verdade é que é uma fotografia real, tirada a um lago bastante poluído na província de Anhui, Taiwan (o verde é das algas). Apesar de tudo, o lago Chaohu está incluído num plano de limpeza de rios e lagos do governo local. A foto é de Jianan Yu.



Mais uma que podia ser uma pintura chinesa. Não é: o fotógrafo Chaluntorn Preevasombat tirou-a na montanha de Huangshan, em Anhui, China. Chamou-lhe Clearing Storm.



O mar permite sempre captar fotos incríveis, mas as de David Orias surpreendem pela variedade de cores, se parecendo com uma pintura a óleo. As fotos são captadas em longa exposição, na Califórnia, e as cores são mesmo reais.



Esta vem do fotógrafo Denis Collette, apaixonado pelos efeitos criados pelos reflexos da água. Em uma série intitulada My Waterbox, ele reúne centenas de fotografias de reflexos e, garante, todas as imagens são únicas. “Os reflexos são geralmente de árvores, flores silvestres, ervas daninhas, vegetação selvagem, do céu ou das nuvens. Mas as fotos mudam dependendo do vento, da luz, do fluxo, do nível do rio, e por vezes, da profundidade do rio. Isso sempre me fascinou. As ondulações da água fazem [as fotos] parecer pinturas a óleo de Van Gogh, Turner, Riopelle ou Monet”.



Painted Ladies (Mulheres Pintadas) é o nome deste clique de Barbara Cole, fotógrafa autodidata e apaixonada por Polaroid desde a década de 80. Aqui captou 3 mulheres em poses sensuais e com vestidos em tons de arco-íris.



Esta fotografia foi tirada na Namíbia e mostra uma duna tingida de laranja. O fotógrafo é Frans Lanting e explica: “ela foi tirada de madrugada, quando a luz quente do sol da manhã estava iluminando uma enorme duna de areia vermelha pontilhada com gramíneas brancas, enquanto o piso branco ainda estava na sombra. Parece azul porque reflete a cor do céu acima …. o momento perfeito veio quando o sol atingiu todo o caminho até ao fundo da duna de areia”.


Postado no site Hypeness


Parecem fotos mas são pinturas !













Robin Eley








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