O dr. Barbosa acha que os advogados acordam tarde. Ele sabe tudo, ele pode tudo...
Carlos Motta
A gente passa pela vida conhecendo um monte de figuras, umas que nos marcam positivamente, outras que fazemos questão de esquecer - exalam um mal-estar que ultrapassa o limite do psicológico, chega mesmo a ser físico.
Essa premissa vale tanto para as pessoas que conhecemos pessoalmente, com quem trabalhamos ou somos obrigados a conviver, como para personalidades públicas, essas que estão constantemente aparecendo na televisão, dando entrevistas a torto e a direito, não se furtando de arriscar um palpitezinho sobre qualquer coisa.
Geralmente são políticos, artistas, atletas, mas, de um tempo para cá, desde que o julgamento do tal mensalão, aquele show encenado para criminalizar o PT, até mesmo os nossos doutos juízes têm se empolgado com a notoriedade.
Assim, não perdem uma oportunidade sequer para falar, e falar, e falar. E, empolgados, acabam mostrando a todo mundo quem são atrás das togas.
Há, entre os ministros do Supremo Tribunal Federal, dois casos perdidos: o inacreditável Luiz Fux, o perfeito e acabado exemplo do carreirista, e o atual presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, que chegou lá, dizem, mais por causa da obsessão do ex-presidente Lula em preencher cotas de minorias do que pelos seus conhecimentos jurídicos.
Barbosa, elevado pela turma do contra à condição de herói nacional por ter forçado, de todas as formas possíveis, a barra no julgamento do tal mensalão, deve ser, por tudo o que se lê e se vê dele, um sujeito intratável.
Nas próprias sessões da AP 470 ele não cansou de afrontar os seus colegas com uma arrogância e falta de educação impróprias para qualquer autoridade.
E, tudo indica, ele tem uma capacidade inesgotável para se indispor com os outros, em mostrar quem manda, sejam jornalistas - mandou o repórter do Estadão chafurdar "na lama" -, sejam simples advogados, que são, penso, parte integrante do sistema judiciário ao qual ele pertence.
A última do dr. Barbosa foi seu comentário, como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao discutir a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de abrir às 9 horas, mas atender os advogados apenas a partir das 11 horas: "Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11 horas da manhã mesmo?", perguntou, com evidente deboche.
Segundo relata a Agência Estado, "um dos advogados interessados no processo, Márcio Kayatt, pediu então a palavra para rebater o comentário, mas Barbosa o cortou: 'Vossa excelência não tem essa prerrogativa de se referir ao comentário que fiz em tom de brincadeira com os meus colegas conselheiros.' (...)
Uma beleza o nosso dr. Barbosa, não?
Agora, dá para imaginar um sujeito que tem essa personalidade, com mais poder do que possui hoje, como querem alguns da turma do contra, que gostariam de vê-lo na Presidência da República?
Afe!
*Carlos Motta é jornalista.
Postado no blog A Justiceira de Esquerda em 15/05/2013
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