Jogadores e atrizes, uni-vos!


foto Jogadores e atrizes, uni vos!

Marco Antonio Araújo

Já houve um tempo em que atrizes famosas teriam vergonha de assumir um relacionamento com jogadores de futebol. Hoje em dia, esse parece ser o, digamos, casamento ideal entre esses tipos de celebridades.

A intimidade deles com a língua portuguesa melhorou um pouco, mas não o suficiente: continuam sendo exemplo de um repertório cultural mínimo, a não ser que pagode e funk mereçam algum respeito intelectual. É nóis.

Portanto, uma rápida inspeção histórica nos permite, com facilidade, identificar o que mudou nesse período: os salários dos atletas se tornaram astronômicos.

Em contrapartida, ser artista deixou de se sinônimo de "antena da raça" ou qualquer outra metáfora digna de admiração.

A coisa está feia. Abrir um livro, visitar um museu ou assistir a um concerto é coisa de velho, tipo Walmor Chagas. Atualmente, as pessoas se matam por outras coisas.

Não deixa de ser um retorno aos hábitos mais antigos e aristocráticos: assim como os nobres de antigamente, o que importa é juntar fortunas, fama e poder, enquanto não chega o próximo aventureiro para destronar reis e rainhas, inclusive as de bateria de escola de samba.

Em compensação, esses casamentos e namoros são tão efêmeros e fúteis quanto os motivos que unem boleiros e marias-chuteiras. Não está fácil pra ninguém. Mas para alguns, pelos menos, está mais divertido. Bola pra frente.

Não é o caso de citar nomes. Cometeria alguma injustiça, tantos são os acasalamentos em voga. É o que temos para hoje. E talvez para o século XXI.


Postado no blog O Provocador em 14/02/2013



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