Três coisas a se pensar sobre este "novo" país que brota depois do julgamento do tal mensalão e da condenação da ex-liderança do PT:
1) Agora, com a inversão do ônus da prova, quem vai garantir que delinquentes profissionais que vivem do assalto aos cofres públicos não usem o saber jurídico dos sábios do Supremo para exterminar seus adversários, imputando a eles, como fez o notório Roberto Jefferson, os crimes mais variados?
2) A criminalização da política agudiza um processo que os meios de comunicação, notadamente os mais populares, desenvolvem diariamente, inculcando nas pessoas a noção de que os políticos são todos ladrões, que não há diferença entre eles, são farinha do mesmo saco. Nesse cenário, como esperar que a democracia amadureça no país?
3) E a lição sobre o "antes e depois", o tal "divisor de águas" na história de impunidade para os ricos proporcionada pelo julgamento, como ficará, se escândalos iguais ou maiores que o tal mensalão passarem em branco pelos olhos dos sábios supremos?
Essas três perguntas não fariam sentido se o conselho dos gênios da raça não tivesse aplicado, no julgamento do tal mensalão, a lógica peculiar dos que pretendem fazer da toga não um instrumento para distribuir Justiça, mas sim uma arma extremamente eficiente da luta ideológica.
As consequências dessa ousadia serão sentidas em breve.
Para a extrema infelicidade de uma nação que ainda ensaia os primeiros passos rumo à civilização.
Postado no blog Crônicas do Motta em 15/10/2012
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