Peguei um táxi hoje, no final da tarde, na avenida Goethe, para uma rápida corrida. Em geral, cultivo conversas com os taxistas que oscilam entre o silêncio e a meteorologia, a menos que eles puxem algum assunto diferente.
Foi o que aconteceu neste caso. Como se sabe, o trânsito no final de tarde em qualquer cidade do tamanho de Porto Alegre não é exatamente um oásis de tranquilidade. É hora de engarrafamentos e cansaços.
Foi o caso do meu motorista que, visivelmente irritado, começou a fazer uma avaliação sobre as causas do engarrafamento e sobre o excesso de carros nas ruas.
- Isso é coisa do PT. É assim que eles ganham as eleições – disparou.
Mantive-me em silêncio. Ele continuou.
- Pode faltar comida na mesa, pode passar fome, mas todo mundo quer ter o seu carro. Enquanto isso, a costela está 16 reais o quilo – prosseguiu, indignado.
Cheguei a pensar, só por curiosidade científica, em perguntar qual era a relação entre o excesso de carros nas ruas e o preço da costela, mas desisti.
Afinal, a corrida era rápida e a conversa não sinalizava grandes avanços para o esclarecimento público.
Já fora do táxi, fiquei pensando sobre qual é, de fato, a dimensão desse tipo de posição.
É algo quase irracional. Não há nenhum outro partido que mereça esse tipo de atenção, seja a favor ou contra. Não há um anti-peemedebismo, ou antipedetismo, antipetebismo, antipsolismo ou qualquer sigla que se queira.
E, cabe registrar, a raiva do taxista não era contra o mensalão ou a corrupção, temas que os adversários do PT tentam colar ao partido neste período de julgamento.
A raiva era contra o fato de que muita gente estava comprando automóveis e complicando, assim, o trânsito. E aumentando o preço da costela…
Postado no blog RS Urgente em 01/10/2012
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