Carlos Motta
A morna campanha eleitoral do primeiro turno em São Paulo começa a ganhar tons fortes no início deste segundo round, com a insistência de José Serra em levar o caso do tal mensalão para a arena.
Até agora, as réplicas às provocações tucanas têm sido bem amenas, já que a estratégia de apresentar o programa de governo, as propostas para melhorar a cidade destruída por administrações incompetentes, tem funcionado para Fernando Haddad.
Isso não quer dizer, porém, que, de um momento para outro, se os tucanos continuarem com a sua campanha udenista, desse moralismo rastaquera e seletivo, o PT não saque do fundo da biblioteca o seu maior trunfo, o livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
A obra, resultado de uma longa investigação, é best-seller, vendeu mais de 150 mil cópias, e traz documentos que comprovam como os tucanos, Serra e amigos incluídos, promoveram uma verdadeira orgia com o dinheiro público na chamada "era das privatizações", no governo FHC.
Está tudo ali no livro: nomes e datas, fatos e mais fatos.
O silêncio sobre a obra por parte da imprensa oligopolizada, que nesses anos todos tem ajudado os tucanos e assemelhados de todas as formas, funcionando como um partido político, é sintomático, numa tentativa de, mais uma vez, esconder debaixo do tapete as sujeiras que se amontoaram no chão pátrio durante o reinado tucano.
É lamentável que uma campanha eleitoral que deveria discutir os planos que poderiam salvar a metrópole da destruição completa - e acreditem, ela está bem perto da hecatombe - vire, por culpa exclusiva de um candidato ultrapassado, dissimulado e cínico, patético em sua tentativa de sobreviver no cenário político nacional, uma guerra suja, na qual todas as armas são válidas.
Fico espantado como esse pessoal que aproveita uma campanha eleitoral para disseminar o ódio e todos os tipos de preconceitos, empesteando o ar, envenenando as mentes, não seja capaz de entender o quanto isso é perigoso.
O PT e a esquerda brasileira, incluídos nela os movimento sociais, os sindicatos, as associações diversas da sociedade organizada, até agora têm se mantido à margem das provocações, dos xingamentos, das tentativas de golpes, das armações mais toscas, de toda essa truculência e da violência sem limites que tucanos e assemelhados disseminam pelo país.
Mas isso pode acabar de uma hora para outra.
É bom não cutucar a onça com vara curta, diz a sabedoria popular.
Postado no blog Crônicas do Motta em 09/10/2012
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