Marco Aurélio Mello
Não tenho dúvidas de que entre os atores o Brasil está mudando... para pior. Acabo de ler a extensa lista de signatários da Carta Aberta ao Supremo Tribunal Federal e encontro, pasmo, o número de nove, isso mesmo, nove atores que tiveram coragem de se perfilar ao lado daqueles que pedem apenas um julgamento justo, que preserve premissas básicas do estado democrático de direito: o amplo direito de defesa e o contraditório. Nove honrados homens públicos das artes que tiveram a honra de se expor para pedir - em nome de todos os outros que se omitiram - apenas o que é constitucional e justo.
Por isso, faço questão de nominá-los, para prestar-lhes uma homenagem. Sei que o momento político é delicado. Assim como sei também que as mudanças recentes na cúpula da maior emissora do país expõem esses profissionais a um risco enorme. Eles podem ser perseguidos, ultrajados e banidos daquele canal de televisão. Para alguns, pode significar até o fim da carreira. As pessoas pensam que isso é bobagem, mas não é. Assim como aconteceu no departamento de jornalismo, anos atrás, os herdeiros de Roberto Marinho e seus cães de guarda não terão escrúpulos. Precisamos ficar atentos.
O meu muito obrigado, com toda a minha gratidão e respeito, por tudo o que o gesto de vocês enseja. Torço do fundo do meu coração para que outros tomem igual iniciativa e entendam a importância desta atitude para o futuro do nosso país. País este que, apesar de estar entre as dez maiores economias do planeta, segue entre os doze mais desiguais do mundo.
Antonio Abujamra, Antonio Grassi, Antonio Pitanga, Celso Frateschi, Eduardo Ebendinger, Hugo Carvana, Paulo Betti, Sérgio Mamberti e o querido Zé de Abreu eu tenho orgulho de vocês!
Parabéns!
p.s. Débora Duboc, bem-vinda!
Postado no blog DoLadoDeLá em 25/09/2012
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