O corno manso é feliz.
O corno do corno manso é infeliz.
Clube de futebol no Brasil pode ser corno.
O Inter atualmente é corno manso.
Que ninguém tome isso como um desrespetio ao clube.
É uma declaração de amor.
Eu sou corno.
Corno do Inter.
O corno manso é o primeiro a saber.
Sabe, aceita e se sente valorizado.
Todo mundo pega o que é seu.
O corno manso vibra.
A Argentina pega o que é do Inter.
O Uruguai pega o que é do Inter.
O Brasil pega o que é do Inter.
Alguns, como o Brasil, pegam só pegar, para dar uma voltinha, nada sério.
Um joguinho contra a China.
Enquanto isso, o Inter sofre sozinho.
E se consola: acontece com todo mundo.
Não.
Só acontece com quem tem a mulher mais gostosa, mais cobiçada. Quer dizer, os jogadores mais selecionáveis, os mais destacados, os mais desejados, os mais convocados.
O melhor para um clube disposto a ganhar o Brasileirão é ter quase convocáveis ou ex-convocados.
O Atlético MG tem Ronaldinho Gaúcho, um ex-c0nvocado, é Bernard, um convocável.
Vai bem.
O Fluminense tem Fred e Tiago Neves, quase convocáveis ou ex-convocados.
Vai muito bem.
O Grêmio tem Fernando, quase convocável, Zé Roberto e Elano, ex-convocados.
Está melhor que o Inter.
O Inter tem Guiñazu, Forlán, Damião, todos convocados.
Tinha Oscar.
O problema de Inter é esse.
Não ser ciumento, não ser possessivo, não brigar pelo que é seu.
Melhor não ter tanto craque selecionado.
Na Europa, os clubes, mais conservadores, não aceitam essa suruba.
Quando tem seleção, para campeonato.
Por que será que não se faz o mesmo no Brasil?
Faltam datas?
Volta e meia o Brasileirão só tem jogos em fim de semana.
Por que não se organiza melhor o calendário?
Porque os clubes aceitam ser mansos e satisfeitos.
O torcedor é que fica brabo.
Corno do corno.
Carinhosamente.
Com amor.
Postado no blog Juremir Machado da Silva em 10/09/2012
Nota:
O futebol não é a minha praia, mas gostei dessa crônica do grande escritor gaúcho, historiador e professor Juremir Machado da Silva.
Esta breve e bem humorada análise mostra no que se transformou o futebol brasileiro, isto é, em grandes negociatas de jogadores; em cifras que nunca têm menos de 7 zeros antes da vírgula; em salários, absurdamente, altos; em patrocínio de marcas multinacionais que ditam as regras, como por exemplo, que o jogador tal deve ser convocado e, por último em vergonhoso monopólio das transmissões dos jogos por uma tv e seus canais pagos, que determina quais jogos passam no canal aberto e, é claro, somente, após seus eternos melodramas, e quais jogos são disponibilizados apenas nos seus canais pagos.
Sem querer fazer política, na Argentina, a Presidente Cristina está conseguindo quebrar com o monopólio nas transmissões dos jogos, bem como, efetuando algumas mudanças relacionadas às leis de mídia e comunicação do país estando, já, alguns passos na frente do Brasil.
O vidente Jucelino Nóbrega da Luz teve uma visão premonitória que a Argentina será a campeã de futebol em 2014, embora, ele como brasileiro, gostaria que o Brasil fosse o campeão desta copa, e como ele gosta de afirmar tem que ser imparcial em suas visões e, sempre diz, se até lá nada mudar. Para quem quiser dar uma espiadinha em seu site o endereço é <http://www.jucelinodaluz.com.br/>.
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