Transporte urbano e a cultura da preguiça



             

Pedro Palaoro

As discussões sobre mobilidade urbana, utilização de transporte coletivo e melhor utilização das vias urbanas vem a cabo das discussões sobre sustentabilidade e qualidade de vida. No meio deste grande seminário público de grupos de pressão está o cidadão, o usuário de transporte de qualquer tipo, divididos por alguns pontos de vista.

Há quem não abra mão dos carros na sua jornada diária de atravessar municípios inteiros para chegar ao trabalho, o que é compreensível de certa forma. E existem os milhões de usuários de transporte coletivo que, quando não querem comprar um carro para se livrar do ônibus ou metrô, querem a justa e constante melhoria do transporte que utilizam. Há também a turma dos ciclo ativistas, que pregam a utilização da bicicleta como veiculo essencial para a criação de um sistema de circulação urbano mais sustentável para a cidade e saudável ao usuário.
Pelos periódicos registros da imprensa podemos notar a falta nas estruturas urbanas de transporte. Mas é possível notar que a quantidade de reclamações de usuários de transporte de qualquer tipo sempre tem uma relação com a distâncias que as pessoas precisam se deslocar a pé. Não é de se discordar o fato de que se deslocar a pé por quilômetros é impossível, mas reclamações por ter que andar 20 minutos é algo no mínimo de se questionar: Não seria um exagero pedir que os transporte público esteja em TODAS as quadras de uma cidade?
O que chama a atenção nas solicitações das pessoas para com o governo é que todos querem estações de ônibus e metro a distâncias diminutas de suas residências e trabalhos. Para quem justifica o pedido pelo viés da segurança, tudo é aceitável, mas não é a isto que me refiro.As pessoas estão mais preguiçosas, menos dispostas a caminhar a distância que for e nessa ávida discussão sobre circular pela cidade parece que o transporte público é ruim para absolutamente todo mundo, o que não é uma realidade. O transporte público é caro e sim, deveria ser melhor planejado e com melhores serviços, mas há quem necessite de mais atenção, como as pessoas que moram a uma maior distância do centro das cidades e as pessoas que vivem em pontos cegos dentro da conurbação viária.
Na busca por uma melhor qualidade de vida é importante que as pessoas se exercitem, e por incrível que pareça, os pequenos deslocamentos diários fazem diferença no grande calculo do nosso corpo. A necessidade de pagar por uma academia faz com que as pessoas fiquem dependentes da “dor no bolso” para que possam fazer qualquer coisa, e este é apenas um dos exemplos.
Quando tivermos mais ciclovias com certeza pessoas poderão ir mais longe de maneira mais saudável. Mas enquanto isso, ao menos que não morramos todos correndo pra lá e pra cá tentando atravessar o corredor de ônibus e as vias sem faixas de segurança.
Postado no blog Sul21 em 29/06/2012
Imagens inseridas por mim.

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