Elenita Rodrigues
Os dois estão convencidos de que foi um sentimento súbito que os juntou. É bela uma certeza como essa, mas é mais bela a incerteza. Acham que por não se terem conhecido antes nunca houve nada entre eles. E o que diriam as ruas, escadas, corredores, onde há muito podiam se cruzar? Queria perguntar-lhes se não lembram – na porta giratória talvez um dia cara a cara? em meio à multidão um “com licença”? no telefone a voz “engano”? – mas conheço sua resposta. Não, não se lembram. Ficariam surpreendidos de saber que já faz tempo o acaso brincava com eles. Não preparado ainda a transformar-se para eles num destino, aproximava-os e os afastava, cortava-lhes o caminho e, abafando a gargalhada, saltava para o lado. [...] E o livro da vida sempre aberto no meio. [Wislawa Szimborska, Nobel de literatura em 1996]
O vídeo é lindo. Ah, eu e esse romantismo que me desconcentra, me faz suspirar, me enche de angústia, mas coloca mais graça e cor na vida com tanta esperança... Ah, sapo encantado, eu SEI que você existe e também está me procurando. Então vê se me encontra logo? =)
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