Não vi a transmissão do jogo da seleção brasileira contra o México, mas li que o narrador Galvão Bueno, da Globo, em nenhum momento informou os telespectadores que aquele time que perdeu de 2 a 0 é o que vai representar o país na Olimpíada de Londres, que começa dia 27 de julho.
Como se sabe, não será Globo que vai transmitir os Jogos Olímpicos para o Brasil, e sim a Record, sua mais feroz concorrente. Portanto, não foi por mero esquecimento que Bueno ignorou o maior evento esportivo do planeta. Certamente recebeu ordens para isso.
Como se sabe, não será Globo que vai transmitir os Jogos Olímpicos para o Brasil, e sim a Record, sua mais feroz concorrente. Portanto, não foi por mero esquecimento que Bueno ignorou o maior evento esportivo do planeta. Certamente recebeu ordens para isso.
E quem deu essa ordem deve ser daqueles que pensam que se a Globo não noticiar um fato ele simplesmente não existe.
Como outras empresas de comunicação, a Abril, por exemplo, que edita a notória revista de ultradireita "Veja", a Globo habita um universo só seu, à parte deste em que nós, pobres mortais, vivemos.
Assim, não são os fatos que determinam a notícia, mas essas empresas que escolhem, de acordo com as suas conveniências, o que é, ou não, um fato, um acontecimento.
Essa prática vem de longe.
Os mais novos não devem se lembrar, mas demorou uma eternidade para que a Globo informasse o público que no Brasil de meados dos anos 80 multidões enchiam as praças das principais cidades para pedir "diretas já" - quando caiu na real, já era tarde, todo mundo havia percebido que a emissora era cúmplice da ditadura militar, que, àquela altura do campeonato, estava caindo de podre, só sobrevivia graças ao apoio de gente como os que mandavam na Globo.
Hoje, a rede não é tão poderosa quanto antes, mas mesmo assim é a líder do mercado, fatura milhões com as imbecilidades que transmite, e como outras empresas de comunicação, dedica grande parte de seu tempo à tarefa de fustigar o governo do PT, na tentativa incansável de fazer o país voltar ao tempo da Casa Grande e Senzala - ou como alguns preferem, da festa desregrada da privataria.
Por isso é que qualquer um que deseje ver o Brasil avançar no rumo de uma sociedade mais justa, moderna e rica, fica contente em saber que um novo código de telecomunicações, para substituir o que está em vigor, ainda da década de 60, quando nem se pensava que um dia o mundo estaria sob o domínio da internet e da plataformas móveis de comunicação.
Claro que qualquer mudança que se pretenda fazer será mal recebida pelos oligarcas que controlam a informação no país.
Como no caso da Olimpíada - ou das Diretas Já -, a Globo e as suas parceiras fingirão que nada acontece, que os fatos não existem - ou se existem, podem muito bem ser ignorados, para que a história não os registre.
Coisa de louco...
Postado no blog Crônicas do Motta em 04/06/2012
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