Maconha estatal é coisa de maluco?




Nós, brasileiros, deveríamos ficar quietinhos e apenas ver no que vai dar a proposta de legalização do comércio "regulado e controlado" de maconha anunciada pelo governo do Uruguai.

Nem se trata de ser a favor ou contra a iniciativa do presidente José "Pepe" Mujica. Até porque não temos nada a ver com isso, e nossa opinião pouco importa. Eles são uruguaios, que se entendam.

Dê certo ou dê errado, seremos observadores privilegiados de uma experiência que será necessariamente pedagógica, tanto por seu ineditismo quanto pela urgência em buscarmos alguma solução para a tragédia absoluta que se tornou o tráfico de entorpecentes.

As consequências do modelo americano de combate aos narcotraficantes nós já conhecemos. A linha dura e a guerra sem fim também não dependem de nossa opinião: simplesmente não funcionam.

O Brasil descriminalizou o porte de maconha, assim como diversos outros países. Mas nossa polícia e o judiciário continuam empilhando usuários em nossas prisões.

Muitos saem delas direto para o crime organizado. Nosso modelo, portanto, também não funciona.

O projeto uruguaio, a ser enviado ao Congresso, prevê a criação de estabelecimentos autorizados a vender a droga e cadastrar os consumidores habilitados a comprá-la.

Não se trata de liberar a venda, portanto. A abordagem é basicamente de saúde pública, voltada para dependentes que ainda não foram destruídos pelo crack.

Caso algum oportunista entre nós pretende incluir o Uruguai em seu roteiro de férias por motivos inconfessáveis, só pode estar viajando.

Se maconha estatal é coisa de maluco, veremos. De camarote.

por Marco Antonio Araújo

Postado no blog O Provocador em 21/06/2012
Obs.; Imagem inserida por mim.


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