Lula, Maluf, Erundina e o que sobrar de nós



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Nem todo político é ladrão. E nem todo eleitor é ignorante. Mas que a turma teima em colocar a farinha no mesmo saco, ah, isso é um hábito cada dia mais constrangedor. Fica difícil evitar a indignação (ou segurar a gargalhada) quando vemos Lula, Maluf e Erundina armando o mesmo palanque.
O responsável involuntário por levantar essa lona de circo de horrores é o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Graças à inexpressividade eleitoral do ex-ministro do Enem, o PT está correndo em busca de coligações que garantam o máximo de tempo no horário eleitoral.
Eis que surge o PP, partido da base aliada do governo federal, mas que na capital paulista segue sob o comando do único político brasileiro foragido da Interpol. Ele, Paulo Maluf, a lenda urbana que renasce das cinzas graças à essa aliança nascida de um conto de terror.
Como de bobo Maluf não tem nada, exigiu receber Lula em sua casa para formalizar a união. E ainda tem gente que implica com casamento entre homossexuais. Pouca vergonha é outra coisa, como podemos testemunhar.
Não faltarão dos envolvidos aqueles argumentos pálidos e cabisbaixos. Pragmatismo em português deriva de praga, só pode ser. E política, no Brasil, é um pasto tomado por ervas daninhas, vermes e parasitas. Terra arrasada.
Em algum momento talvez tenhamos que ver Erundina e Maluf lado a lado, como se a política brasileira fosse um pesadelo que não nos deixa acordar para a tão sonhada democracia. Sabe aquela feita de direita, esquerda, liberais, conservadores, cada qual cuidando do seu canto, sempre limpinho e arejado?
Pois é. Nem todo político é igual. E nem todo eleitor é ingênuo. Se uma dessas frases for verdadeira, já está de bom tamanho. Só nos resta ser pragmáticos.

Postado no blog O Provocador em 18/06/2012

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