Uma garotinha de apenas cinco anos assiste seu desenho sozinha na sala. Ela gosta muito de desenhos do Pica-Pau, mas assiste à Madeline, Sagwa e outros da Futura.
Naquela tarde, ela apenas vê trechos de programas e comerciais em vários canais. A mãe chega na sala e senta ao seu lado, dá uma abraço e fica quieta já que os olhos da menina não piscam diante da tela.
A garota vê uma peça publicitária que, para variar, mostra belas imagens, pessoas lindas e diz um monte de coisas que, se forem conquistadas ou adquiridas, vão lhe dar uma vida melhor. “Faça isso, faça aquilo, tenha isso e aquilo e viva uma vida melhor. Isso vai melhorar a sua vida”, revela uma voz em off.
A garotinha que estava ali com os sentimentos abertos e sinceros não titubeia em dialogar e responder à televisão:
“Mas eu não quero uma vida melhor. Eu gosto da minha vida”.
A mãe se calou mais ainda e se encheu de orgulho, percebeu que a garotinha, vinda ao mundo há apenas cinco anos, vive feliz. A menina quase todos os dias chora, faz birra e reclama. Mas naquele momento a mãe percebeu que dava uma boa educação e que sua filha se sentia segura e completa. Não precisava de mais nada. Até de uma vida melhor.
A garotinha parece ter descoberto apenas pelos seus próprios pensamentos e sentimentos que a publicidade, muitas vezes, tenta nos criar desejos e necessidades que na verdade não precisamos. Isso os adultos sabem, mas vivem esquecendo.
Mas ela também deixou claro que a publicidade não nos faz só lembrar de um produto ou serviço; ela nos faz esquecer. Esquecer o que realmente somos, queremos ou precisamos.
Postado no blog Educação Política
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