Duas colegas de trabalho estavam conversando do lado de fora da cozinha da casa onde ficava a empresa na qual elas trabalhavam. Já era mais de oito horas da noite e elas estavam fazendo hora extra para entregar um projeto que já estava mais atrasado que trem da Central do Brasil.
- Aí amiga! Nem me fale nesse negócio de assombração... Só de ouvir esse tipo de história eu já fico morrendo de medo. Você sabe que até hoje eu me arrepio toda só de me lembrar daqueles causos da mulher de branco que o povo da minha cidade vivia contando. Comentou a primeira amiga.
- Sabe que eu não ligo não. Eu até que gosto de um bom filme de terror. Na verdade eu adoro quando o filme é cheio de cenas de suspense... Enquanto a segunda amiga ainda comentava surgiu por cima do muro da casa vizinha um vulto branco de homem que, com uma voz grave e rouca disse:
- Vocês têm uma vela?
As amigas olharam aquele vulto branco entre as folhas da árvore e sem pensar duas vezes saíram gritando e correndo em disparada para dentro da casa. Elas correram mais que dona de casa em abertura de liquidação de final de ano e foram se esconder dentro de um banheiro que ficava próximo a sala do chefe delas.
O patrão, ao ver e ouvir aquilo, também ficou bastante assustado por não saber ao certo o que é que estava acontecendo com aquelas duas malucas.
O chefe bateu na porta do banheiro e perguntou:
- O que foi meninas? Aconteceu alguma coisa. É ladrão? Algum problema? Perguntou o chefe das moças.
As garotas falaram que tinham visto um vulto branco perto do muro da cozinha e o chefe delas resolveu, corajosamente, ir ver do que é que aquelas duas malucas estavam falando. Minutos depois o chefe voltou e tratou de tranqüilizar as assustadas moças:
- Meninas! Podem sair do banheiro. Já está tudo resolvido. Não é nada não.
- Não? Perguntou a primeira amiga.
- E o homem? Era assombração? Ele já foi embora? Ele queria oração? Perguntou ainda muito assustada a segunda amiga.
- Podem ficar tranqüilas. Eu vou ligar para o Dr. Armando, o meu vizinho, e tudo vai ficar bem.
Aquele homem é um dos operários que estavam colocando gesso na casa ao lado. Deu um curto circuito lá na fiação da casa e eles ficaram sem luz. Ele só apareceu lá no muro para pedir ajuda. Nós temos alguma vela na firma? Com tranqüilidade, e com certo ar de gozação, perguntou o chefe herói.
Edilson Rodrigues Silva
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