Globo sempre esteve na contramão do Brasil, ao longo da história. Cotas, ProUni, Getúlio, Lula.
Por Antônio Mello, no Blog do Mello
Se a política de cotas nas universidades brasileiras e o ProUni estão levando milhares de jovens brasileiros às universidades, qual a posição da Globo? Confira editorial de ontem publicado no O Globo. Contra, é claro.
É uma tradição da Globo, que eles fazem questão de manter: tudo o que for popular, que leve a uma melhoria na condição de vida especialmente do mais pobre, O Globo é contra.
Rapidamente, só o que me vem à cabeça (quem se lembrar de mais, acrescente, à vontade, porque há muito):
- Governo Getúlio Vargas – O governo do salário-mínimo, da legislação trabalhista. Povo a favor, Globo contra. Tanto que, após suicídio de Getúlio, carros de O Globo foram atacados.
- Golpe de 1964 – Golpe foi contra reformas que beneficiariam o povo. Globo a favor do golpe.
- Diretas Já – Povo nas ruas queria escolher pelo voto o presidente. Globo contra. Chegou a mostrar multidão na Praça da Sé exigindo Diretas Já, como se fosse apenas uma manifestação pelo aniversário de São Paulo.
- Leonel Brizola – Povo a favor, Globo contra. Chegou a armar o caso Proconsult para tentar impedir a vitória do governador que vinha do exílio. Durante toda a vida de Brizola fez oposição sem tréguas a ele, e foi a causa principal de Brizola não ter conseguido ser presidente do Brasil.
- CIEPs – O maior programa de educação popular jamais desenvolvido no Brasil. Povo a favor, Globo contra.
- Governo do presidente Lula – Assim como o governo do presidente Vargas, o povo a favor, uma aprovação de quase 90%, mas O Globo contra.
- Bolsa Família – Povo a favor, Globo contra.
- Governo Dilma – o mesmo dos governos Vargas e Lula. Povo a favor, Globo contra.
- Queda dos juros bancários – Povo a favor, Globo contra.
A Globo sempre foi a favor da remoção das favelas no Rio. Seu atual ideólogo, Ali Kamel, chegou a escrever sobre isso.
Como remover a Rocinha, por exemplo, é impossível, a Globo se rendeu (e por receber verbas milionárias do governo Cabral) ao programa das UPPs. Favelas ocupadas pela polícia (a solução do problema dos pobres é sempre a polícia para eles), com serviços legalizados, o que inclui pagamento de mensalidades da NET e Sky, de que a Globo é sócia, e vários “eventos sociais” (orquestra na favela, show na favela etc), em que a Globo fatura com sua empresa de eventos.
Sem contar que todo o projeto de UPPs é desenhado para a segurança da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016. Depois disso, podem apostar, a Globo volta a defender remoção e “porrada neles”.
Porque as Organizações Globo estão onde sempre estiveram, na contramão do Brasil e do povo brasileiro.
Postado no blog O escrevinhador em 26/04/2012
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